quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Artilheiro da Série C

Leandro Silva

Estou publicando a entrevista que fiz com o atacante Sorato, do Bahia, na véspera da partida Bahia 0 x 2 Ipatinga, que não acabou pela invasão da torcida. Esse trabalho está o ar na Seção entrevistas do www.ecbahia.com.br . Resolvi colocar aqui para homenagear o atacante que conquistou a artilharia da Série C de 2006, ontem ao marcar seu décimo sétimo gol na competição. Sorato terminou o ano com 32 gols, apenas 1 gol atrás de Rinaldo do Fortaleza, maior artilheiro do país no ano.
Leandro Silva
Leandro Silva: Quando apareceu a proposta para jogar no Bahia o que passou pela sua cabeça?
Sorato: Eu tenho a consciência de que é um time grande, de muita tradição. Quando algum time se interessa por mim, eu sempre procuro ouvir e conversar, e não foi diferente com o Bahia, um time de muita tradição. Eu sabia das dificuldades que estava passando, estar na Terceira Divisão, mas é um time que tem condições de reverter tudo isso e começar a rumar para uma situação melhor.
LS: As negociações demoraram, ou você já tinha deixado certa a sua chegada após o término do Campeonato Carioca?
S:A gente conversou mais ou menos um mês, negociando, porque não tinha como eu ser liberado da Cabofriense. Quando acabou o Carioca a gente acertou tudo.
LS:O que representa para você a luta pelo título de maior artilheiro do país em 2006? (Sorato havia marcado 28 gols em 2006, atrás apenas de Rinaldo do Fortaleza, com 32 gols)
S:É uma marca importante para qualquer jogador, ainda mais no Brasil que existem grandes jogadores e goleadores. Mas o meu principal objetivo é sempre o coletivo, nunca o individual. E se acontecer de ser artilheiro do Brasil que seja um bônus que venha a premiar todo o nosso objetivo principal.
LS:Desde que você começou a fazer os gols pelo Bahia surgiram várias propostas pelo seu futebol, por exemplo, de Paysandu e Remo que disputam a Série B. O que foi que te fez permanecer no Bahia?
S:Eu fui muito bem recebido aqui, por todos, pela diretoria, pela torcida. E também pelo compromisso. Estou muito bem aqui, estou satisfeito e feliz, apesar de todas as dificuldades de toda a situação difícil que estamos passando, mas é um lugar onde me sinto muito a vontade. Algo me dizia, e eu sei que foi Deus quem estava me dizendo que tinha que ser aqui. E isso que me deu mais tranqüilidade, surgiram algumas propostas e sempre quando se falava no Bahia eu sentia uma tranqüilidade para vir e eu acabei vindo e ficando. E graças a Deus está sendo muito bom para mim, e a gente está correndo atrás para que seja bom para todos, para o grupo todo, para o clube, a gente necessita tirar o Bahia da terceira divisão.
LS:Você já tinha recebido propostas do Bahia ou essa foi a primeira vez?
S:Essa foi a primeira vez. Nunca tive outras propostas do Bahia em anos anteriores.
LS:Você é um exemplo para os jogadores mais jovens do Bahia. Quando você começou no Vasco, alguém fazia esse papel de servir de exemplo para vocês, mais novos?Qual a importância dessa referência?
S:Quando eu comecei no Vasco tive a felicidade de encontrar um jogador como Roberto Dinamite. Era da mesma posição que eu, e eu sempre procurei me espelhar na postura e nos exemplos dele. Eu também procuro passar bons exemplos e conselhos para os mais novos, no Bahia. Mas o principal mesmo é o testemunho, a minha atitude, a maneira que eu treino, que eu levo a minha vida e a minha profissão.
LS:Você tem uma imagem de profissional exemplar. Você sempre teve essa postura ou amadureceu com o tempo, como seu ex-companheiro Edmundo?
S:Eu sempre tive essa postura, claro que com o passar dos anos a gente vai amadurecendo, aprendendo mais. Hoje em dia o que mais se cobra de um jogador é o profissionalismo, o futebol mudou bastante. Se você não tiver uma atitude profissional você está fora do mercado. Para mim não foi novidade porque eu sempre levei a minha vida dessa maneira.
LS:Você acha que essa exigência de profissionalismo fez passar aquela moda dos jogadores “bad-boys”, indisciplinados?
S:A exigência está maior com relação ao profissionalismo. A imagem do atleta está cada vez mais importante para o clube. Então, sem dúvida nenhuma, esse é um fator que contribuiu para que essa imagem de “bad boy” esteja um pouco apagada nesse momento.
LS:O que você acha da bebida alcoólica para um jogador de futebol?E as noitadas?
S:Isso só traz problemas para o atleta. Eu acho que não combina. Ainda mais no futebol atual que é muito competitivo, de treinos exaustivos, em que você necessita de um dia para o outro ter uma recuperação rápida para ter novos treinos exaustivos. Além do desgaste da profissão, você vai ter um desgaste de perder horas de sono, ter uma bebida alcoólica no organismo que vai atrapalhar a recuperação.
LS:No futebol atual os jogadores que se destacam são rapidamente negociados com o futebol europeu. Você só teve uma experiência internacional no Videoton da Hungria, em 2002. Como foi essa experiência. Qual campeonato ou time europeu você gostaria de ter jogado?
S:Foi uma experiência muito boa de vida. Apesar do futebol de lá não ser muito forte, eu aprendi muito com a essa minha passagem por lá, muito profissionalismo mesmo em um centro menor da Europa, acrescentou muita coisa para mim e para a minha carreira. Poder conviver com uma cultura diferente também foi muito importante. Gostaria de jogar em qualquer clube grande europeu, todo mundo tem essa vontade.
LS:Você estreou no time profissional do Vasco substituindo Romário que estava contundido e marcou duas vezes contra o Flamengo. Como você está acompanhando a caçada do “baixinho” pelo gol 1.000? Você sabe quantos gols você já fez na carreira?
S:Eu não faço essa contagem. Realmente é uma falha, eu deveria ter feito. Quanto ao Romário, um jogador consagrado, mundialmente reconhecido, acho que nada mais justo ele correr atrás desse objetivo que ele traçou. Ele merece por tudo que ele fez pelo futebol pela alegria que ele deu aos brasileiros, então seria uma marca importantíssima para fechar a carreira dele.
LS:Você pretende continuar no Bahia no próximo ano?
S:Se depender da minha vontade, claro que eu gostaria de ficar. Mas a gente sabe que necessita que as coisas andem bem, que a gente conquiste o nosso objetivo que é voltar à segunda divisão. Não passa pela nossa cabeça não conseguir isso, mas se não conseguirmos, a gente sabe que isso pode complicar um pouco mais. Mas acho que o importante é que a gente esteja voltado para essa reta final da Série C. A gente tem essa dificuldade para reverter mas vamos conseguir.
LS:Você pretende jogar mais quantos anos?Já pensa em aposentadoria? Já planeja o que fazer após o fim da carreira?
S:Eu não tenho planejamento para parar. Nunca fui muito de fazer esse tipo de planejamento, tenho uma condição física boa, tenho suportado o ritmo de treinamentos e jogos, tenho rendido, e acho que isso que determina se você vai continuar jogando ou não.
LS:Já planeja o que fazer após o fim da carreira?
S:Tenho a vontade de continuar no futebol, em alguma função. Eu sei que falta pouco tempo, resta definir qual será a função.
LS:Romário ainda joga com 40 anos com a motivação de chegar aos 1.000 gols. O que te motiva a continuar jogando?
S:Eu faço o que eu gosto. Quando eu era criança, sonhava em ser jogador de futebol, corri atrás do meu sonho, deu certo, e acho que a pessoa que escolhe o futebol é porque gosta mesmo, sabe que jogar num time como o Bahia tem muita responsabilidade, muita cobrança, muita pressão, mas é quando eu me sinto bem, quando eu entro em campo. Eu gosto de desafios e isso tem me motivado a jogar futebol.
LS:Quais jogadores você mais gostou de ter jogado ao lado?
S:Tive a felicidade de jogar com grandes jogadores. Joguei com Bebeto no Vasco, Romário no Fluminense, joguei com Edmundo, Evair, o Bentinho no Botafogo, que tinha muita qualidade. E agora tenho jogado com o Paulo César aqui no Bahia, formando uma dupla que tem um ótimo entrosamento.

Nova geografia das Séries A e B

Leandro Silva

A divisão das vagas entre os estados e regiões nas Séries A e B do Brasileiro ficaram um pouco modificadas com a definição dos novos integrantes dessas Séries.
A região Sudeste conta com metade das vagas (10), Sâo Paulo perde dois representantes e fica com apenas quatro na primeira divisão: Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos. O Rio de Janeiro continua com seus quatro grandes: Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo. E Minas Gerais, com a volta do Galo, volta a ter dois representantes: Atlético-Mg e Cruzeiro.
A região sul continua com os mesmos 6 representantes: Grêmio, Internacional, Juventude, Atlético-Pr, Paraná e Figueirense. O Goiás continua sendo o único representante da região Centro-Oeste. E o Nordeste aumenta uma vaga. Entram Sport, Náutico e América-RN, em substituição aos dois rebaixados.
Já na Série B, o Sudeste tem 9 representantes: O Ipatinga de Minas Gerais, e 8 equipes de Sâo Paulo: São Caetano, Ponte Preta, Portuguesa, Paulista de Jundiaí, Marília, Ituano, Barueri e Santo André. O Remo passa a ser o único representante da região Norte. A região centro-oeste perde um representante e conta apenas com Brasiliense e Gama.
Coritiba, Criciúma e Avaí são os representantes da região Sul. E a região Nordeste que já foi maioria na Série B mantém seus 5 representantes: Ceará e CRB permanecem e ganham a companhia de Vitória, Fortaleza e Santa Cruz.

Segundo time a ser Vice das três divisões

Leandro Silva

Todos sabem que a situação vivida pelo Bahia é alvo de piadas dos torcedores rubro-negros que festejam a classificação do Leão para a Série B do campeonato brasileiro. Acesso que é fruto de uma melhor estrutura do clube com relação ao Bahia, segundo o técnico Mauro Fernandes, que vivenciou as duas realidades, neste ano de 2006, declarou.
No Vitória, segundo ele, a sua única preocupação era com o time em campo, nos treinos e nas partidas, enquanto no Fazendão ele tinha que se preocupar com os problemas financeiros dos seus atletas e dos funcionários do clube que não recebiam.

Mas mesmo quando tudo dá certo pelos lados do Toca do Leão o clube pode passar a ser alvo das piadas da torcida tricolor, já que, com a vitória do Leão contra o Brasil de Pelotas por 2 a 0, o Vitória conquistou o vice-campeonato da Série C e passou a ser o segundo time a conquistar o vice-campeonato das três divisões do futebol brasileiro – em 92 da B, 93 da A e 2006 da C – o São Caetano foi o primeiro time a conseguir tal proeza, em 98 da C, 2000 da B e da A e em 2001 da A.

O Barueri venceu o Ferroviário por 3 a 0 e acabou confirmando o favoritismo e contrariando a minha torcida e subindo para a Série B do Brasileiro, eliminando a equipe cearense. O Ipatinga empatou com o Treze em casa e deixou escapar o vice-campeonato, terminando em 3º dois anos seguidos, mas neste ano a terceira colocação valeu o acesso. O Bahia terminou o octogonal na sexta colocação empatando com o campeão Criciúma, mas, como Nélson colocou no ecbahia.com.br, o que realmente importa ao Bahia neste momento não era o que aconteceria dentro de campo e sim fora dele.

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Gangorra Nordestina

Leandro Silva
O internauta ***Marcelinho Chaves*** iniciou uma importante e oportuna discussão na comunidade "Mauro Beting" do orkut sobre a situação atual do futebol do Nordeste, com o rebaixamento dos seus dois únicos representantes na Série A, Fortaleza e Santa Cruz, e a situação do Bahia, porexemplo, na Série C, contrastando com o acesso de Sport, Náutico e América de Natal para a primeira divisão. As principais razões apontadas inicialmente foram ligadas à administrações, eu respondi a esse tópico e estou adaptando esta resposta para este blog:

Acho que a questão não se resume à qualidade de administração nos clubes nordestinos. Hoje a situação do futebol no Nordeste é desigual se comparada aos principais pólos do futebol no Brasil. Assim como é cada vez mais dificil a volta de um ou dois representantes da região norte na Série A. O futebol nordestino deve ter que conviver com essa gangorra, com uns esquentando o lugar na Série A, para que outros subam e desçam no ano seguinte por um bom tempo.

Com relação aos investimentos está praticamente impossível para os clubes da região competirem em igualdade de condições com equipes das outras regiões. Seria como se os clubes brasileiros disputassem campeonatos longos contra os principais clubes europeus. A diferença de mercado também é gritante. Todos nós sabemos que o São Paulo é o campeão mundial vencendo o Liverpool, e o Internacional poderá ser campeão vencendo o Barcelona, mas o tipo de torneio favorece que uma maior entrega dos jogadores e uma disposição maior para a marcação levem a uma vitória brasileira, mas se fosse em um campeonato longo, a estrutura e os maiores investimentos, logo seriam notados e a tendência é que os europeus levassem vantagem.

Assim está acontecendo na Série A. A mudança de formato para os pontos corridos e a diminuição do número de participantes criou um abismo maior ainda entre as regiões. No formato antigo, com mais clubes, além da maior chance de permanência dos nordestinos na Série A, estes times, como o Bahia, tinham desde o início do campeonato um objetivo claro: classificar entre os oito, e aí na hora do mata-mata, com a torcida empolgada tentar tirar os favoritos e numa luta de Davi contra Golias tentar chegar ao título.

Hoje em dia, qual o real objetivo dos clubes nordestinos? Tentar se manter na Série A. Não existe mais o vislumbramento de algo a mais. Além disso, hoje em dia muitos jogadores que vêm de outras regiões para o nordeste parece que esquecem o senso de profissionalismo por lá, e não demonstram o mínimo de comprometimento com a causa do clube que ele está "defendendo", parece que muitos resolvem tirar 6 meses ou 1 ano de férias nas belas praias nordestinas, não há administração que dê jeito.

Durante a discussão, surgiu a idéia de que os clubes nordestinos não teriam problemas financeiros pois eram os times que mais levariam torcedores aos estádios no Brasil. A presença dos seus torcedores nos estádios realmente é fortíssima nos times da região, mas no futebol profissional de hoje a receita com bilheteria é cada vez menos determinante na manutenção de uma grande equipe de futebol, ainda mais em uma região em que os ingressos costumam ser mais baratos do que nos outros estados, por exemplo. O que eu concordo que os clubes de massa da região deveriam fazer é saber explorar melhor as suas marcas, aproveitando a força das suas torcidas.

Claro que uma excelente adminsitração profissional, com seriedade e idéias novas, pode diminuir esse abismo e tentar compensar as dificuldades. Não é possível que os clubes do Nordeste apenas aceitem as limitações e acreditem numa hipótese de determinismo geográfico irreversível. O Goiás, acredito que seja uma exceção, no meio das regiões menos favorecidas com investimentos e visibilidade, e por isso mesmo deve ser encarado como modelo.

Ali sim os exemplos deveriam ser copiados. Eles investiram, bastante, em um reforço da imagem do clube, e muitos jogadores se interessam em jogar no clube pela sua organização e por ter uma imagem de que honra com os seus compromissos. A situação no Nordeste é tão complicada que as diretorias de Sport, Náutico e América que devem estar sendo festejadas, no próximo ano, se a tendência for mantida e estiverem na briga contra o rebaixamento, passarão a ser hostilizadas e responsabilizadas totalmente pelos insucessos dos clubes.

Série C acaba hoje

Leandro Silva
A Série C do campeonato brasileiro de 2006 termina hoje à noite e apenas um jogo tem real importância pra as equipes, é o confronto entre Barueri, de São Paulo, e Ferroviário, do Ceará. O time paulista joga por um simples empate para conseguir o acesso para a Série B.

Tudo parece a favor da equipe paulista, mas torço para que o Ferrim surpreenda e consiga o acesso. Por ser um time do Nordeste e também por Sérgio Alves, atacante da equipe, que foi um dos últimos grandes artilheiros que passaram pelo Bahia.

O time cearense conta ainda com um bom goleiro, Jefferson, o volante e líder Glaydstone, o habilidoso meia Everton e o perigoso atacante Fernando. Já o Barueri confia em seu destaque Luciano Gigante, o perigoso atacante Giuliano parece não estar relacionado para a partida e é um desfalque importante.

Quanto à briga pelo vice-campeonato, o Vitória terá dificuldades para conseguir o objetivo de se tornar vice-campeão. Vencer o Brasil de Pelotas no Barradão não deve ser difícil, mas o Ipatinga, em casa, enfrenta o lanterna Treze e se vencer garante a segunda colocação.

O Bahia cumpre tabela contra o campeão Criciúma, estou torcendo para que Sorato consiga marcar e garantir a artilharia isolada da Série C e pelo menos empatar na artilharia do futebol nacional em 2006, está dois gols atrás do atacante Rinaldo do Fortaleza.

terça-feira, 28 de novembro de 2006

Somente pela TV


Leandro Silva
Na última partida que fui na Fonte Nova, antes da interdição, estávamos, eu , meus irmãos e primos, lembrando de uma partida incrível que acompanhamos no estádio, Bahia 4 x 7 Santos, com direito a show de Robinho e Diego em 2003. E começamos a relembrar os grandes jogadores do futebol brasileiro e mundial que já tínhamos visto no estádio, a dupla dinâmica da Vila, o “ataque dos sonhos”: Sávio, Romário e Edmundo, o menino Ronaldo, ainda no Cruzeiro, o imperador Adriano, no Flamengo, e os são paulinos Kaká e Luis Fabiano, entre outros.

Eram os velhos tempos do Bahia na Série A, quando era tão natural pertencer à primeira divisão que nem percebíamos a importância de poder assistir esses grandes craques no estádio. Hoje, longe da elite, sentimos falta dessas grandes estrelas no gramado da Fonte Nova, lembramos, por exemplo, de Carlitos Tevez, que passou pelo futebol brasileiro e não conheceu o Octávio Mangabeira.

Não vimos Mascherano, nem Rafael Sóbis, muito menos Vagner Love ou Carlos Alberto, destes apenas Carlos Alberto, teoricamente, ainda está no futebol brasileiro. A Fonte Nova deve sentir saudade dos antigos visitantes famosos, os grandes adversários do Bahia de outrora nunca mais passaram por aqui.

Mas a torcida Tricolor, apesar de sentir falta dos adversários qualificados, sente mais falta ainda do “Velho Bahia” que “dava testa” a qualquer desses adversários, com quaisquer jogadores em seus elencos. Além disso, os dois principais times baianos já contaram com: Fábio Costa, Daniel Alves, Fabão, Adailton e Serginho; Dudu Cearense, Cícero, Zé Roberto e Jorge Wagner; Edílson e Obina. Hoje só os assistimos pela TV.

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Romário - Por que incomoda tanto?




Leandro Silva
Romário, na minha opinião o melhor jogador que eu pude acompanhar toda a carreira ( Zico e Maradona já jogavam antes do meu nascimento), está com 40 anos de idade e na busca incessante por seu milésimo gol, uma marca histórica para coroar a carreira desse gênio do futebol. Mas essa luta do baixinho parece incomodar muita gente.

Li uma coluna, em que o autor chega a afirmar que Romário está maluco, manchando a sua carreira por uma obsessão, um mero capricho de chegar aos mil gols, se sujeitando a jogar em times de oitava categoria para chegar a essa marca. O colunista, inclusive, chama Romário de ex-jogador. E diz que essa luta para superar Pelé é vã, já que ele nunca vai superar os mais de 1.200 gols do "Rei do Futebol".

Talvez o medo de que um dia alguém seja aclamado como melhor do que Pelé faça com que as pessoas queiram menosprezar os possíveis adversários. A verdade é que eu nunca vi Romário afirmar qualquer coisa relacionada a superar ou mesmo igualar Pelé, ao fazer 1.000 gols. Por que então dizer que ele quer superar o rei?Para jogá-lo contra os seus súditos?

É difícil entender como o próprio Pelé, e muitas outras pessoas, como o colunista, parecem "se doer", e "aconselhar" o baixinho a desistir do seu objetivo. Enquanto o site do PSV Eindhoven, clube holandês, em que Romário foi ídolo, nas décadas de 80 e 90, conta com uma contagem regressiva para o seu milésimo gol (faltam 14) , no Brasil, muitas pessoas se incomodam com esse seu objetivo.

No ano passado, quando muitos já aconselhavam o final da carreira do baixinho, ele com 39 anos, conseguiu ser o artilheiro do Campeonato Brasileiro, um feito digno de destaque, mas que foi menosprezado por muitos que passaram a tratar o fato como piada. Ele vai continuar em busca da sua meta, pois desde o início da sua carreira sempre usou como motivação a quebra de desafios, hoje, o baixinho parece ter mais motivação, e até mesmo futebol e faro de gol, do que Ronaldo Fenômeno, por exemplo.

É bem verdade que, como admirador do jogador, eu preferia que ele estivesse jogando no Vasco, Flamengo, Fluminense, ou mesmo Corinthians, do que nos Estados Unidos, Austrália ou Tupi de Minas Gerais, mas continuo torcendo para poder ver o seu milésimo gol que seria mais um importante feito na carreira desse gênio do futebol.

O melhor do mundo


Leandro Silva

Nesse dia de estréia, resolvi falar sobre o Melhor Jogador do Mundo. Sim, apesar de cada vez mais pessoas contestarem este título, na minha opinião, ninguém merece mais ser conhecido desta maneira que o brasileiro Ronaldinho Gaúcho. Ronaldinho não ficou, nem, entre os três melhores da Bola de Ouro da France Footbal - Cannavaro, Buffon e Henry, foram os três melhores, nesta ordem - mas a cada jogo parece recuperar o melhor da sua forma.

Nesta temporada, talvez motivado pela falta do camaronês no ataque do Barcelona, o brasileiro vem demonstrando uma característica diferenciada, a intimidade com a quantidade de gols, já que a qualidade - beleza - dos seus gols sempre foi reconhecida, mas o próprio craque já afirmou que o seu maior prazer e objetivo jogando futebol é poder dar passes para gol. Hoje é o artilheiro do espanhol.

Apesar de ter aumentado a quantidade, seus gols não perderam qualidade, como pôde ser visto no jogo deste final de semana contra o Villareal, quando, além de um gol de pênalti, o Gaúcho marcou um dos dois gols mais bonitos de bicicleta que eu já vi - o outro gol foi marcado por Sérgio Alves pelo Bahia contra o Fortaleza - e aos poucos parece estar afastando os argumentos de que não é mais o mesmo grande craque.

O prêmio da France Footbal e as constantes críticas a Ronaldinho, por parte principalmente de muitos brasileiros, ainda parece ser ser reflexo da Copa do Mundo da Alemanha, quando ele não conseguiu jogar tudo que se esperava dele, que foi atrapalhado por vários problemas existentes naquela seleção como, por exemplo, a má condição física de seus companheiros de frente que lhe tirava uma grande arma que são os seus lançamentos em profundidade.

Na seleção de Dunga, acredito que Ronaldinho só conseguirá se destacar se conseguir se sentir valorizado, como se sente no Barcelona onde a confiança e a admiração dos torcedores por ele superam, em muito, as cobranças. Não vejo Ronaldinho como um jogador que possa crescer por ser colocado na reserva como o que está acontecendo na seleção e sim quando ele se sente à vontade para fazer o que sabe: brincar de jogar bola.

Veja o gol de Sérgio Alves: http://www.youtube.com/watch?v=QzsasPWCFeU
Veja o gol de Ronaldinho: http://www.youtube.com/watch?v=8DmtvLyhOP4

OBS:O gol de Sérgio ALves faz parte do acervo de grandes momentos do Esporte Clube Bahia de Albino Brandão, grande torcedor tricolor