O que leva a torcida de um clube que já venceu um estadual por 44 vezes, tendo 18 títulos a mais que o segundo que mais ganhou em seu Estado, entrar em transe pela conquista de mais um? Este é o X da questão. Não foi "mais um". O 44º título Baiano do Bahia vai ser lembrado para sempre. Sem exagero. Diones, autor do gol do título, deverá ser reverenciado como uma espécie de "Basílio tricolor", em alusão ao herói que tirou o Corinthians de um jejum de mais de 22 anos. Apesar de o jejum tricolor ter durado 10 anos e um dia, há semelhanças entre as duas situações. Os torcedores do alvinegro paulista se orgulham até hoje de terem multiplicado a torcida durante aquele período. E o fenômeno se repetiu na Bahia. Torcer na boa é fácil. Mas estar junto nos momentos mais difíceis é que engrandece.
O que precisa ficar claro é que a cidade de São Salvador não está pintada com as cores do Estado por causa de "apenas" um título. Não é. É por causa de uma retomada. Uma retomada que começou lá em 2007, quando Charles fez o gol salvador nos descontos da partida contra o Fast para delírio de poucos, mas fiéis torcedores que estavam na Fonte Nova e para toda a multidão que estava fora. Naquele mesmo ano, o empate com o Vila Nova fez o time chegar à Série B. Em 2010, o eterno capitão Nen arrancou lágrimas de uma multidão ao dar um toquinho e garantir, de uma vez por todas, a volta do Bahia à Série A, contra a Portuguesa. Mas ainda faltava tirar um grito entalado na garganta dos tricolores por uma década. Dois anos e meio depois: É Campeão!
E o melhor de tudo é olhar para cada direção, cada sentido da cidade e ver que o Bahia nunca esteve sozinho durante todo esse percurso de retomada daquele que "Nasceu para Vencer". E não dá para esquecer quanta alegria durante esses 10 anos, mesmo com tantas dificuldades. E a maior felicidade ontem, hoje e sempre não está em um troféu, mas está na essência de ser Bahêa!!!
Parabéns, elenco tricolor. Vocês entraram para a história deste clube repleto de glórias. Parafraseando Juca Kfouri, esse não é um campeão qualquer.
Bahia: Marcelo Lomba, Madson, Rafael Donato, Titi e Gerley; Fahel (Morais), Diones, Hélder e Gabriel (Vander); Lulinha (Fabinho) e Souza.
Vitória: Douglas, Romário (Gabriel Paulista), Victor Ramos, Rodrigo e Wellington Saci; Uelliton, Rodrigo Mancha, Pedro Ken e Tartá; Marquinhos (Dinei) e Neto Baiano (Geovanni).
Um comentário:
Que belo texto! Emocionante!
Postar um comentário