terça-feira, 18 de setembro de 2007

Liga dos Importadores

Leandro Silva e Eliano Jorge

Pela primeira vez, todos os 96 jogos da primeira fase da Liga dos Campeões Europeus envolvem equipes de jogadores brasileiros. É o resultado mais claro do êxodo que empobrece os gramados daqui. Estas exportações, hoje, abrem a etapa de grupos da melhor competição interclubes do planeta.

Lá, entre os maiores craques, estão 103 atletas do Brasil. Em 27 dos 32 clubes (veja quadro abaixo). É um recorde impressionante.

E ainda não foram inscritos Alexandre Pato e Digão, do Milan, e Adriano e César, da Internazionale. São quase dez times inteiros. Outro produto nacional é Zico, treinador do Fenerbahçe.

Dida é o único baiano campeão em 52 edições da Liga dos Campeões. Com o Milan, festejou em 2003 e 2007. Além dele, três conterrâneos seus perseguem inédito título nesta temporada: Daniel Alves, Liedson e Edcarlos.

Com passagem por clubes baianos, há 11 boleiros: seis do Vitória, três do Bahia, um do Real Salvador, e outro do Poções. Dá uma escalação completa: Dida, Pedro, Alcides, David Luiz e Lino; Dudu Cearense, Daniel Alves, Serginho e Leandro Lima; Liedson e Adriano.

O lateral Fagner, do PSV, treinou por alguns meses no Vitória, este ano, mas não jogou.

Mudança – Somente cinco times não contam com brasileiros: os escoceses Celtic e Glasgow Rangers, o francês Olympique de Marselha, o norueguês Rosenborg e o romeno Steaua Bucareste.

Mas engana-se quem pensa que os europeus continuam valorizando só o talento ofensivo deles. O sucesso de Dida abriu portas para os goleiros compatriotas. Agora, há sete inscritos. Cinco, titulares. As exceções, Júlio Sérgio e Cássio, são reservas de brasileiros.

O número de laterais, 23, perde apenas por dois para a quantidade de atacantes. Tudo bem que os alas brasileiros se destacam pelo apoio ao ataque. Entretanto, há também 18 zagueiros.

A DISPUTA – Passam ao mata-mata das oitavas-de-final dois clubes de cada um dos oito grupos formados por quatro equipes.

Antes, já houve três etapas seletivas em eliminatórias simples, entre campeões de países menos tradicionais e representantes de nações melhor ranqueadas.

O Milan, atual dono do troféu, começa a defesa do título hoje, em casa, contra o Benfica, reeditando as finais de 1963 e 90. O rubro-negro venceu por 2 a 1, na Inglaterra, e depois por 1 a 0, na Áustria.

A Bahia se faz presente no duelo, com Dida e Edcarlos. Os armadores também travarão confronto interessante. Foi Kaká, artilheiro e craque da última edição, quem desbancou o português Rui Costa da condição de titular no Milan.

A outra partida do Grupo D será entre o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, e o Celtic, da Escócia.

AMIGOS E RIVAIS – A dupla Robinho e Diego se enfrenta pela primeira vez, hoje, na abertura do Grupo C, atuando por Real Madrid e Werder Bremen. Eles se destacaram juntos, no Santos, e se reencontraram na Seleção, mas só agora se opõem oficialmente.

No outro embate da chave, a Lazio visita o Olympiacos, que perdeu Rivaldo para o inimigo AEK.

Pelo Grupo A, chama a atenção o confronto entre Porto e Liverpool, dois dos quatro últimos campeões da Liga. Entre os brasileiros portistas, apenas Leandro Lima e Paulo Assunção estão relacionados. Os Reds foram vices em 2007.

Favorito do Grupo B, o Chelsea, sem os destaques Drogba e Lampard, recebe o Rosenborg. Com mais equilíbrio, Schalke e Valencia iniciam a briga pela outra vaga.

Texto originalmente publicado no jornal A Tarde do dia 19/09/2007

2 comentários:

  1. meu amigo, fiz um merchan de seu blog lá no meu último post.

    depois me confirme se recebeu, no hotmail, um e-mail q te mandei.

    abs,
    Dassler

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  2. Não me espanta a grande quantidade de brasileiros a disputar a Liga dos Campeões. Todas as épocas chegam centenas para tentarem a sua sorte na Europa. Depois há uns que conseguem e outros não... Liedson é grande jogador, mas pouco conhecido aí, não?

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