segunda-feira, 1 de outubro de 2007

As estrelas e os pênaltis decisivos

Leandro Silva

O que acontece com as grandes estrelas do futebol mundial quando se deparam com a responsabilidade de cobrar um pênalti decisivo em disputas de Copas do Mundo?

Esta é uma pergunta que sempre vem à mente dos torcedores quando uma nova estrela perde um pênalti que poderia mudar o rumo da sua seleção. Marta não foi a primeira nem será a última a passar por isso.

Depois de ser a principal responsável por levar o Brasil até a inédita final de Copa do Mundo da China, a alagoana pode ficar marcada por desperdiçar um pênalti que empataria a partida e poderia levar para a prorrogação ou mesmo a uma virada.

Com a mesma camisa 10 da Seleção Brasileira, Zico teve o seu momento de vilão na Copa de 1986, na partida contra a França pelas quartas-de-finais.

O jogo valia uma vaga na semifinal do Mundial e o Galinho bateu o pênalti que foi defendido pelo goleiro Bats. O jogo terminou em 1 a 1 e foi para a disputa de pênaltis. Foi aí que Sócrates e Júlio César desperdiçaram suas cobranças e o Brasil foi eliminado, mas quem ficou marcado como vilão da eliminação foi Zico.

Outros casos – Na mesma disputa de pênaltis, o craque francês Platini também desperdiçou uma cobrança, mas, como a França se classificou, ele não ficou tão marcado quanto Zico.

Também com a camisa 10, o craque italiano Roberto Baggio, assim como Marta, carregou a seleção italiana nas costas e foi o principal responsável por levar a Azurra até a final da Copa de 1994 contra o Brasil.

Porém, o herói virou vilão na cobrança final da disputa de pênaltis que definiu o Brasil como tetracampeão mundial. Baggio cobrou por cima do gol de Taffarell.

O experiente zagueiro Baresi e o atacante Massaro também perderam suas cobranças. Mas quem ficou marcado mesmo foi Roberto Baggio.

O italiano ainda teve personalidade para voltar a cobrar um pênalti em Copa do Mundo, na edição seguinte, em 1998, contra o Chile, quando fez o gol na estréia.
Marta precisa levantar a cabeça e seguir a carreira sem se abater para voltar a encantar o mundo com seus dribles.

Texto publicado originalmente no Jornal A Tarde do dia 01/10/2007

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