domingo, 16 de setembro de 2012

Virou carnaval - Bahia 2x1 Figueirense

As cenas que se seguiram ao apito final do árbitro, determinando o placar final da partida em 2 a 1 para o Bahia sobre o Figueirense foram dignas de comemoração de título. Os cerca de 22 mil presentes se negavam a deixar as dependências do estádio de Pituaçu e pulavam, cantavam, em meio a um monte de abraços, mesmo entre desconhecidos que viam nos vizinhos de assento companheiros em toda a tensão e explosão de alegria desta tarde. Quando, enfim, mesmo relutantes, deixavam o estádio se deparavam com um cenário de carnaval. Era um imenso bloco sem cordas, cantando, em uma só voz, o hino tricolor e tantas outras músicas relacionadas ao clube.

Foi uma virada espetacular, com a cara do Esquadrão. Jorginho avisou que se a torcida jogasse junto com o time, não teria jeito de não ganhar o próximo jogo. E se a atuação dos comandados do treinador deixou a desejar em parte do primeiro tempo, pode-se dizer que foi a melhor partida da torcida no Campeonato. A expectativa diante do atual momento tricolor era de ingressos esgotados. Ficaram sobrando cerca de 10 mil, mas quem foi teve participação decisiva em mais um triunfo, o quarto em seis rodadas do segundo turno. 

No primeiro tempo, o Bahia sofria de falta de inspiração, rodava a bola, insistentemente, mas pouco finalizava. Em uma das boas chances, Jones fez grande jogada, mas desperdiçou. Rafael Gladiador, também prejudicado pela falta de objetividade da equipe, não conseguiu fazer muita coisa, apesar de ter dado alguns bons passes, principalmente para Elias, que pareceu mais perdido em campo que o próprio camisa 25, alvo das maiores críticas. Acostumado a jogar bem desde que subiu para o profissional, o lateral Jussandro, entretanto, foi o pior da primeira etapa. Errou praticamente tudo que tentou. Aproveitando um descuido tricolor, o Figueirense conseguiu sair na frente, com um gol de Júlio César.

Na segunda etapa, tudo mudou. A começar por Jussandro. Aquele irreconhecível do primeiro tempo ficou no vestiário e voltou o camisa 32 que vem fazendo ótima competição. A maior mudança entretanto foi causada pela entrada de Lulinha, no lugar de Rafael Gladiador - teria colocado no lugar de Elias, mantendo o centroavante em campo. Mais uma vez, Lulinha comprovou a sua imensa utilidade para o Bahia, quando é acionado durante o jogo. Com dribles desconcertantes e muita raça, ele jogou muito e o time cresceu junto com ele. 

É até difícil apontar um só destaque. O lateral Neto jogou demais, mesmo quando a equipe não estava conseguindo produzir nada, o camisa 4 chamava a responsabilidade para si. A dupla de zaga também foi muito bem. Assim como Fahel, Diones, e, principalmente, Hélder, um dos pilares da campanha de recuperação do tricolor. 

O Bahia passou a mandar no jogo, mas insistia nas bolas cruzadas na área e esbarrava nos cortes dos zagueiros e na excelente atuação do goleiro Wilson. Até que Jussandro cruzou uma bola por baixo e achou Hélder para finalizar. Era o gol do empate. Parecia questão de tempo para que a virada chegasse, dada a superioridade tricolor, mas o tempo passava e o goleiro Wilson seguia fechando o gol. De repente, subiu a placa de três minutos de acréscimos. Lulinha passou pelo lado da placa em velocidade e mostrou que eram mais do que suficientes. No final da jogada iniciada por Lulinha, Jones dividiu com o goleiro Wilson e um dos zagueiros alvinegros. Os três ficaram no chão e a bola sobrou para Cláudio Pitbull. O atacante, que já tinha feito bonito em um lindo arremate de esquerda, bateu por cima e balançou as redes, fazendo a torcida balançar Pituaçu. Ninguém nos vence em vibração.  

Bahia 2x1 Figueirense - Hélder e Cláudio Pitbull - Júlio César
Bahia: Marcelo Lomba, Neto, Danny Morais, Titi e Jussandro; Fahel, Diones (Kleberson) e Hélder; Jones Carioca, Elias (Cláudio Pitbull) e Rafael Gladiador (Lulinha).
Figueirense: Wilson, Doriva, João Paulo, Édson e Hélder; Coutinho (Guilherme Lazaroni), Túlio, Claudinei e Botti (Roni); Caio e Júlio César (Jean Deretti).

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