Em 2008, o meia Ramon Menezes, se destacava no Vitória, já com 35 anos de idade, e eu, como repórter da editoria de esportes do Jornal A Tarde, recebi a incumbência de entrevistá-lo para saber se já pensava em parar de jogar, para uma grande reportagem sobre a aposentadoria de atletas. É um tema sempre delicado, essa insistente mania do público, e principalmente da imprensa em tentar forçar que os atletas deixem as disputas. Naquela ocasião, Ramon se mostrou incomodado, mas, já acostumado com essas perguntas, garantiu que ainda não pensava em parar. E comprovou isso, pois quase cinco anos depois, ainda desafia o tempo, acertando com a Cabofriense para jogar o Carioca.
Tudo isso para dizer o quanto fiquei feliz por Wanderlei Silva ter dado um direto e um cruzado em toda a insistência para que ele abandone os octógonos. A vitória maiúscula dele sobre o estadunidense Brian Stann fez valer o fato de ficar acordado até as 3 horas da madrugada. A luta despachou o resto de sono que ainda restava depois que Mark Hunt já tinha feito o trabalho de despertador antes com o nocaute sobre Struve.
Wanderlei não será o que já foi, mas mostrou que ainda pode ser empolgante. Pode fazer você acordar os vizinhos com gritos de incentivo durante a madrugada e de comemoração após a vitória. O sorriso dele ao caminhar para o octógono já mostrava que ele estava muito feliz por protagonizar a luta principal da noite no Japão onde sempre foi ídolo. Só o fato de ele estar feliz já era argumento suficiente para que parassem de querer forçar a sua aposentadoria, mas a luta, como foi, deve diminuir os insistentes pedidos para que pare, pelo menos até uma próxima derrota.
Textos da reportagem sobre aposentadoria feito em 2008:
E agora, meu craque?
Exemplo de redenção após o final da carreira
Ramon e Uéslei ainda não pensam em parar
INSS não possui dados quantitativos de ex-jogadores aposentados
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