Os
bons desejos e sentimentos certamente estiveram mais aflorados em todo o País durante
o dia de ontem, quando os calendários marcaram o primeiro dia do ano de 2020. A
nação tricolor, de certo, fez parte dessa corrente. Entre a ressaca da noite anterior
e os planos para o novo ano, entretanto, certamente reservaram parte do dia
para comemorar o aniversário de 89 anos do Esporte Clube Bahia, mentalizando um
ano de 2020 ainda melhor. E, mais do que isso, reforçar todo o orgulho
proveniente, não de torcer por um clube, mas de ser Bahia. Um verdadeiro estado
de espírito.
O
orgulho de ser Bahia obviamente é fortalecido pelas duas estrelas que
representam os títulos brasileiros, afinal todo tricolor sabe de coração que
“59 é nosso, 88 também”. Desde o primeiro ano da sua história, o torcedor se
acostumou com voltas olímpicas e comemorações de título, deixando claro que
‘nasceu para vencer’. Essa marca ficou evidente ainda no primeiro jogo, quando derrotou
o tradicional Ypiranga, maior clube do Estado à época, por 2 a 0. No mesmo ano
da fundação, conquistou o Torneio Início e o Baiano, o primeiro de 48 conquistados
até hoje.
Não
demorou muito para assumir o posto de maior do Estado. Além dos dois
brasileiros e dos estaduais, incluindo sequências marcantes como o hepta da
década de 1970, outros feitos enchem o peito do torcedor tricolor de orgulho,
como os três títulos do Nordeste, ou mesmo o fato de ser o único clube do
Estado a ter disputado a Libertadores. Sendo, inclusive, o primeiro representante
do País na competição, depois de ter superado o Santos de Pelé, no Brasileiro
de 1959.
Tal
orgulho, entretanto, transcende qualquer um dos tantos troféus conquistados e que
deverão ter lugar especial no aguardado Museu do Bahia. O torcedor tricolor se
orgulha do próprio sentimento pelo clube, por si só. Não existe dia errado para
trajar a camisa do Esquadrão. O maior patrimônio de um clube é justamente a sua
torcida e a do Bahia chama a atenção de todo o País por causa do amor, paixão,
e pela fidelidade, exemplificada pela frequência com que sempre encheu a antiga
Fonte e segue marcando presença em Pituaço ou na nova Fonte.
É
difícil de imaginar que os antigos jogadores da Associação Atlética da Bahia e
do Clube Bahiano de Tênis, que resolveram fundar o Esporte Clube Bahia, pudessem
suspeitar que aquela decisão impactaria o coração de tanta gente, sendo motivo
de felicidade para futuras gerações de tricolores. Segundo relatos da época, uma
das principais preocupações externadas durante a reunião que resultou na fundação
do clube era com relação às ideias para atrair a admiração e a torcida do povo
baiano. Qualquer que tenha sido a estratégia adotada, surtiu total efeito.
E
a torcida segue com motivos para se orgulhar. Desde que retornou à Série A, em
2017, o Bahia tem feito temporadas consistentes, com um título em cada – do Nordeste,
em 2017, e do Baiano, nos dois anos seguintes -, figurando duas vezes entre os
oito melhores da Copa do Brasil, em 2018, e 2019, e entre os oito finalistas da
Copa Sul-Americana, em 2018. No Brasileiro, um 12º lugar, em 2017, com 50
pontos, um 11º no ano seguinte, com 48, e novamente um 11º, com um ponto a
mais, em 2019. Dessa vez, o diferencial é que foi a primeira vez na época dos pontos
corridos, que o Tricolor não correu risco de rebaixamento em momento algum.
Que
em 2020 o Bahia siga nesse processo de evolução ano a ano, dentro e fora das
quatro linhas. A primeira novidade do ano é a Cidade Tricolor, agora
oficialmente Centro de Treinamento Evaristo de Macedo, em justíssima homenagem
ao mestre Evaristo, treinador do segundo título brasileiro do Bahia. Que o torcedor
não tenha vergonha de enaltecer os grandes momentos que o Clube teve em 2019,
deixando claro que quer mais e sabe que é possível ter anseios cada vez maiores.
publicado originalmente no dia 02.01.2020
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