sábado, 15 de fevereiro de 2020

Caldeirão de Aço - Semana 09 - Heróis - publicado originalmente no Jornal A Tarde do dia 13.02.2020


O Bahia entrou em campo ontem, contra o Nacional, do Paraguai, pela primeira fase da Copa Sul-Americana, em uma data histórica para o clube. O dia 12 de fevereiro tem, inclusive, ligação com o futebol continental. Exatos 31 anos antes, o Tricolor conquistou a vaga pela terceira vez – e mais recente - para a maior competição do continente: a Libertadores. Torneio que o clube disputou em 1960, 1964 e em 1989, quando ficou entre os oito melhores.

As catracas da antiga Fonte Nova registraram oficialmente 110.438 pessoas, naquele domingo de 12 de fevereiro de 1989, sendo o maior público da história do estádio. Após triunfo, de virada, sobre o Fluminense, por 2 a 1, com gols de Bobô e Gil, a torcida comemorou a passagem para a decisão do Brasileiro e a vaga na Libertadores. Na próxima semana, no dia 19, também se completarão 31 anos de um feito ainda mais impactante na história do clube, quando aqueles mesmos guerreiros fizeram brilhar a segunda estrela que tanto orgulha os tricolores.

 Depois de um novo emocionante triunfo de virada, na Fonte, com dois gols de Bobô, os jogadores tricolores, na maioria formados nas divisões de base ou com passagens por outros clubes baianos, conseguiram um empate sem gols com o Inter no Beira-Rio e garantiram o título. Se em 2020, o carnaval ainda irá começar, em 1989, aqueles heróis inesquecíveis decretaram uma segunda edição da folia, melhor do que a primeira. A conquista me emociona até hoje e marcou tanto a minha vida e até mesmo a minha formação profissional que escrevi até um livro sobre o tema. 

Faço questão de agradecer e valorizar sempre todos os envolvidos, desde o comandante Evaristo de Macedo até os jogadores como Bobô, decisivo principalmente na fase final, Zé Carlos, artilheiro no certame, Charles, revelação fundamental, Paulo Rodrigues, termômetro do time, Ronaldo, que fechou o gol na fase final, e todos os outros heróis, como Gil, Paulo Robson, João Marcelo, Claudir, Marquinhos, Tarantini, Sandro, Edinho, Pereira, Newmar, Osmar, Sidmar, Dico, Sales e Renato.

Alerta –
O próximo compromisso do Bahia será contra o Ceará, no sábado (15/2), na casa do alvinegro, primeiro adversário do ano que faz parte da Série A. A partida é fundamental para o futuro do clube na Copa do Nordeste, já que as equipes do mesmo grupo não se enfrentam na primeira fase. Por isso, é importante estar sempre posicionado na zona de classificação, pois não há a possibilidade do confronto direto e as outras equipes da chave não tiram obrigatoriamente pontos umas das outras. 

As chances de recuperação, portanto, podem ser reduzidas. E hoje, mesmo a apenas um ponto do líder, o Bahia não está entre os quatro melhores do grupo, figurando em sexto. Fundamental se faz, então, voltar logo ao grupo de classificados, para chegar às rodadas finais da fase com a classificação garantida ou dependendo apenas dos próprios resultados. Não há mais espaço para patinar.

Já o elenco de transição vive um momento diferente. Líder do Baiano, o Bahia só volta a jogar no dia 1º de março, quando buscará vencer o primeiro Ba-Vi no ano, dessa vez na casa do rival. Resta saber se o elenco de transição retornará justamente no clássico, ou aguardará mais uma semana, para encarar o Doce Mel, na Fonte.  

Mesmo com a liderança e os elogios que merecem o treinador Dado Cavalcanti e os jogadores, vários outros fatores deverão ser levados em consideração para que seja tomada a decisão sobre o plantel que representará o clube no clássico da volta do Baiano.

publicado originalmente no Jornal A Tarde do dia 13.02.2020

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