sexta-feira, 12 de junho de 2020

Caldeirão de Aço - Semana 26 - Força do interior - publicado originalmente no Jornal A Tarde no dia 11.06.2020

 O atacante Gustavo é o único atleta confirmado no elenco principal do Bahia com passagem anterior por alguma equipe do interior do Estado. Ele havia se destacado no estadual de 2019 com a camisa do Jequié, mesmo com o rebaixamento. Os exemplos recentes de jogadores com essa origem não empolgam, mas casos do passado podem servir de inspiração para ele.

Um dos maiores nomes da história do clube, o meio-campista Bobô, que é baiano de Senhor do Bonfim, deve ser o melhor exemplo. Ele chegou ao clube em 1986 depois de se destacar pela Catuense, que forneceu grandes jogadores para o Esquadrão. Como o companheiro de título de 1988, Sandro, baiano de Camacã.

O time titular de 1988 contava com Bobô, Claudir e Tarantini, que vinham de equipes do interior. Sandro e Edinho Jacaré também atuavam. O zagueiro Claudir, baiano de Vitória da Conquista, já havia se destacado no Serrano. O lateral-direito Tarantini, que é baiano do município de Itarantim, vinha do Fluminense de Feira. Edinho Jacaré, que é de Feira de Santana, também já havia se destacado pelo Fluminense de Feira antes do título brasileiro.

A Catuense, além de Bobô e Sandro, também forneceu grandes jogadores como o meio-campista mineiro Luis Henrique, o atacante baiano Naldinho e o carioca Zanata, um dos melhores laterais da história do clube, que atuou entre 1986 e 1988. Vandick, em 1991, além de Missinho e Rivelino, em 1994, foram outros nomes.

Luis Henrique e Naldinho se destacaram em outros anos com a camisa do Bahia, mas tiveram como melhor momento juntos a campanha no Brasileiro de 1990, quando o Tricolor foi semifinalsta. Aquele time contava ainda com outro destaque oriundo do interior do Estado. O zagueiro feirense Jorginho, que havia se destacado no Fluminense de Feira antes de se tornar um dos melhores defensores da história do Esquadrão, entre 1990 e 1993.

O Touro do Sertão é outro tradicional fornecedor de talentos para o Bahia. Do time do interior campeão baiano de 1969, por exemplo, vários destaques jogariam também no Esquadrão como o inesquecível zagueiro Sapatão, hepta estadual entre 1973 e 1979, além de João Daniel, Delorme, Ubaldo e Mário Braga. Outros nomes foram Renato 74. Edmilson, Luiz Antônio, Etto, Janilson, além de Jean, que teve grande passagem pelo Fluminense, antes de retornar ao Fazendão, em 1994.

Mais recente, mas também campeão baiano por um clube do interior, Diones chegou ao clube junto com o goleiro Jair e o atacante João Neto, após o título pelo Bahia de Feira. Enquanto os dois parceiros não tiveram muitas chances, o volante maranhense foi titular durante boa parte do período entre 2011 e 2013. Em 2012, fez o gol do título baiano, contra o Vitória, encerrando um longo jejum de títulos.

Um pouco antes, em 2007, o atacante Charles, que vinha da Camaçariense, entrou para a história do Bahia ao balançar as redes do Fast, aos 50 minutos do segundo tempo, garantindo a presença do Esquadrão no octogonal decisivo da Série C daquele ano em que o clube conseguiria o seu primeiro acesso. Curioso é que aquela jogada foi realizada por ex-jogadores de agremiações do interior do Estado. O meia Inho Baiano, ex-Poções, arrancou pelo meio, abriu na direita para o lateral Carlos Alberto, ex-Itabuna, que cruzou para a inesquecível finalização de Charles. Rogério, ex-Ipitanga, que teve uma passagem consistente pelo clube entre os anos de 2007 e 2009, e Ednei, ex-Colo-Colo, também faziam parte daquele elenco. 

 

publicado originalmente no Jornal A Tarde no dia 11.06.2020 

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