segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Vitória 0 x 2 Bahia - no blog de Mauro Beting

Leandro Silva

O clima de rivalidade que tomou conta da cidade era visível por todas as partes: azul, vermelho e branco e vermelho e preto deixavam o verão de Salvador ainda mais colorido, desde cedo. Era o 415º Ba-Vi. No entanto, ao final do dia, apenas os tricolores tiveram razão para enfeitar as ruas da cidade com a conhecida combinação de cores, após os 2 a 0, que garantiram a liderança, mesmo com um jogo a menos que o rival e a manutenção de um tabu de 3 anos, ou 7 jogos, sem perder no Barradão, com 5 triunfos e 2 empates.

Quanto mais se aproximavam as 17 horas e a área do estádio Manoel Barradas, maior a concentração de cores na cidade. A festa nas arquibancadas era bonita e não parou, mesmo depois que cerca de 50 torcedores do Vitória ficaram feridos por causa de um tumulto envolvendo a polícia na maior torcida organizada do clube.

A rivalidade mostrou as caras logo em um dos primeiros lances do jogo, quando o tempo fechou depois que o volante Vanderson deu uma cabeçada no garoto Ananias.

A torcida do Bahia, assistia, assustada, a um primeiro tempo de pressão do Vitória, que desperdiçou grandes chances com o ídolo Nadson, ex-Corinthians, um gol feito, e vários chutes para o alto do veterano Jackson, ex-Palmeiras.

O término do primeiro tempo com o placar inalterado foi um alívio para a torcida do Esquadrão, mesmo com um esquema ofensivo com dois meias-atacantes e dois atacantes, o Tricolor foi encurralado.

No intervalo, Gallo começou a ser decisivo. Sacou o meia Hélton Luiz, ex-Náutico,destaque do clube no campeonato, e colocou o volante Léo Medeiros, ex-Flamengo. Parecia a senha para armar uma retranca para segurar o empate. Ledo engano. Foi aí que o time deslanchou. Com passes longos e precisos, Léo fez o time do Bahia voar em campo e surpreender o Vitória. Mas ainda faltava uma correção de rota. O treinador havia preferido improvisar o volante Marcone na lateral-direita, deixando o titular Patrício, no banco, por condições físicas, mas o garoto, apesar da vontade não conseguia colaborar ofensivamente. Com a entrada do veterano ex-gremista, o time ganhou mais opções ofensivas e foi ele quem descobriu o baixinho Beto, sozinho do canto da área, livre para colocar o Bahia na frente. Ele chutou cruzado, mas quem tocou contra a própria meta, tentando cortar, foi o ex-palmeirense Thiago Gomes.

Festa do lado tricolor das arquibancadas do Manoel Barradas. A partir daí, o Leão parecia nervoso. Melhor para o Bahia. Logo depois, Patrício fez um lançamento para o volante ex-atleticano Elton, mas a bola seria interceptada pelo goleirão colombiano Viáfara. Seria, porque o arqueiro vacilou e a bola passou por baixo das pernas. Atento, o volante pegou do outro lado, puxou para a perna esquerda e tocou para o gol vazio. A festa não tinha mais hora para acabar para a maior torcida da cidade.

Méritos para um time que conseguiu se reinventar no intervalo, graças ao olhar aguçado do paulista Alexandre Gallo, mas também pela entrega de todos, a exemplo dos zagueiros Alison e Nen, os volantes Leandro Makelele e Elton e o meia Ananias.

Ainda houve espaço para o ex-presidente rubro-negro Paulo Carneiro e o Governador Jaques Wagner serem cantados pela torcida tricolor e xingados pela torcida rubro-negra. Agora, o Bahia tem 16 pontos, invicto, contra 15, do Vitória, que tem um jogo a mais. Na teoria, o resultado de ontem deve servir apenas para ajudar a garantir vantagem em uma futura e possível final. Na prática, é como mais um título para o tricolor, no campeonato da rivalidade.

Texto postado no blog de Mauro Beting

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