domingo, 1 de maio de 2011

Filme repetido - Vitória 2x3 Bahia

As cenas vistas no domingo passado (24/4), no clássico de ida da semifinal do Campeonato Baiano, já davam mostras que o final do filme seria o mesmo, sem mudança no script, dos estaduais passados. O Bahia voltou a ser derrotado no jogo de ida e chegou ao Barradão precisando vencer por, pelo menos, dois gols de diferença. O triunfo, novamente, chegou, de maneira convincente, mas a classificação ou o título não chegou por causa dos erros anteriores e de novos erros erros de arbitragem no jogo decisivo. O placar de 3 a 2 representou a décima vitória tricolor no Barradão em 41 jogos.

Dessa vez, o erro em questão foi a validação do segundo gol do Vitória na partida. Gol irregular em que o atacante Rildo estava impedido quando partiu para receber a bola na ponta e cruzar para Neto Baiano. Nesse lance crucial do jogo, que praticamente acabou com as chances tricolores, Omar também vacilou. Ficou plantado em cima da linha ao invés de se jogar para frente para interceptar a bola. Em um lance seguinte, Viáfara mostrou como se faz, impedindo que a bola cruzada chegasse a Souza livre para marcar.

O Bahia já tinha sido prejudicado no primeiro Ba-Vi com um gol legal mal anulado e com a marcação de uma falta inexistente que resultou no gol de Geovanni. No segundo jogo, houve erro até nos acréscimos. O árbitro havia sinalizado que iria dar quatro minutos a mais. Houve uma expulsão e a marcação de pênalti claro em Lulinha. E o jogo foi encerrado com 49 minutos e meio. Apenas 30 segundos a mais para "compensar" o tempo perdido com uma expulsão e uma marcação de pênalti.
Os erros, entretanto, não foram só da arbitragem. Além da falha de Omar no segundo gol, o erro no primeiro foi do técnico René Simões. Ele preferiu promover a estreia de Danny Morais, na zaga, em um Ba-Vi decisivo a continuar com Thiego no time. Imprudência total. Sem ritmo, o zagueiro cometeu pênalti desnecessário em Nino Paraíba e destruiu a primeira vantagem conquistada pelo Bahia no jogo. 

Na minha opinião, entretanto, é preciso reconhecer que René teve mais acertos do que erros no jogo. As mudanças deixaram o Bahia muito melhor do que no primeiro jogo. Se o tricolor já tinha sido superior no primeiro jogo, no segundo, então, a disparidade foi muito maior. O treinador acertou ao colocar dois jogadores rápidos abertos pelas pontas para servir ao atacante Souza, centralizado. Lulinha fez uma ótima partida. Imagino que tenha sido a melhor apresentação de Lulinha como profissional no futebol brasileiro, já que não acompanhei a carreira dele em Portugal. 

Maranhão ainda carece de maior tranquilidade e objetividade, mas também deu um calor nos marcadores rubro-negros. Raon jogou melhor do que no domingo passado, mas ainda ficou devendo. O colombiano Tressor Moreno jogou melhor que ele na segunda etapa. Em compensação, Marcone e Camacho estão de parabéns. O primeiro, inclusive, pelos dois gols. O segundo foi um golaço. E o canhão do Fazendão é o artilheiro dos Ba-Vis em 2011, com três gols. 
No Vitória, Antônio Lopes mostrou que sabe ver o jogo. Na primeira partida, como disse aqui, Léo Fortunato cansou de vacilar e proporcionar chances de gols desperdiçadas pelo Bahia. O que o treinador fez? Colocou Reniê no lugar. Imagine se ele tivesse deixado Fortunato em campo com a atuação mais incisiva do setor ofensivo tricolor? 

Outro acerto de Lopes foi a entrada de Neto Baiano no lugar de Mineiro.Ele poderia ter optado por manter o time fechado, mas abriu mão de uma maior proteção para poder contar com alguém que desse mais condições de definir o jogo lá na frente, pois, pela atuação, o Bahia dava indicícios que iria chegar aos gols que estava precisando. E Neto Baiano fez o segundo gol. Só acho que o lateral Léo entrou pela segunda vez consecutiva apenas para bater e procurar confusão.

Agora, o Leão enfrenta o Bahia de Feira na decisão. O time feirense passou pelo Serrano e tenta ser o terceiro clube do interior do Estado a chegar ao título.

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