domingo, 26 de junho de 2011

Professor tirou nota 10 nas duas partidas longe de Salvador

"Adeus, René. Adeus, René". O coro ouvido no estádio de Pituaçu logo após o empate com o Atlético Mineiro hoje já parece marca de um passado distante. Os torcedores que estavam convictos da incompetência do treinador, já devem ter mudado de ideia. Alguns, com humildade, devem estar reconhecendo que estavam errados. Outros, com arrogância, devem estar imaginando que, em um passe de mágica, René aprendeu a trabalhar motivado pelas palavras de protesto.

Se naquele jogo, René errou ao tirar Souza para colocar Jones, totalmente fora de ritmo, vencendo apenas por 1 a 0, só fez acertar nas duas partidas seguintes. O treinador armou o time de uma forma que impediu que Fluminense e Atlético Paranaense jogassem, e ainda guardou muito gás para atacar. Foram duas vitórias incontestáveis. Acertou ao dar a titularidade a Paulo Miranda, na zaga. Ao colocar os três volantes (Marcone, Fahel e Diones). E, principalmente, por saber usar o banco de reservas nas duas oportunidades.


Escrevi aqui que, com a chegada dos novos contratados, Lulinha deveria funcionar como uma espécie de Bernardo, do Vasco, um jogador, com status de titular, que não começa os jogos, mas sempre entra bem. E  me parece que René o enxerga dessa mesma forma. Nos dois jogos, quando foi chamado, correspondeu e levo muito perigo ao adversário, sendo coroado com o gol que fechou o placar na Arena. 

O tato e a habilidade para fazer com que um jogador com o currículo e a qualidade de Ricardinho se sinta valorizado, mesmo sem iniciar os jogos também é outra chave dessa melhora na equipe do Bahia. E esse parece ser o tratamento com todos. Jogador não gosta de ser queimado pelo treinador através da imprensa. Pelo contrário, gosta de se sentir valorizado.E Ricardinho foi fundamental para segurar o resultado na Arena. Faltava um jogador como ele nessas ocasiões.

A evolução do Bahia desde o início do trabalho de René é notória. O time, que antes não conseguia trocar passes, mesmo em casa, contra equipes mais fracas do estadual, hoje faz a bola girar e controla a posse de bola, mesmo nos momentos críticos dos jogos contra o Fluminense e Atlético Paranaense. No ano passado, na campanha do acesso, o tricolor só passou a ter regularidade, quando Márcio Araújo armou o time de uma forma parecida e deu uma melhora na condição de troca de passes do meio-de-campo.

A melhora já estava clara, mas o time estava ficando no quase. Tanto que neste Brasileiro, o tricolor só jogou realmente mal, merecendo perder, contra o Grêmio. O próximo passo é descobrir a melhor forma de atuar como mandante. O teste será contra o Corinthians, na quarta-feira (29/6).

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