Falta de ritmo no meio do carnaval é um problema. Mais problemático ainda é a falta de ritmo para um jogador de futebol profissional. E isso ficou flagrante no empate de seis gols do Bahia contra o CRB, em Alagoas, pelo Nordestão, nesta quarta-feira (11/2). Chicão é um cara corajoso. Treinou menos tempo do que muitos companheiros, sua estreia não seria nem deveria ser tão precoce, mas chegado o primeiro jogo oficial da temporada, contra o Vitória da Conquista, ele bateu no peito e assumiu a responsabilidade de vestir a camisa número 3. Muito por causa dos problemas com a posição no elenco tricolor. O que se temia foi comprovado. Já balançou até as redes, de pênalti contra o Jacobina, mas o que se notou foram más atuações seguidas até o jogo contra o CRB, em que vi uma atuação que classifico como uma das piores de um zagueiro na história do Bahia.
Com a certeza da qualidade do zagueiro campeão mundial pelo Corinthians e a esperança de que ele desenvolva todo o seu potencial no Bahia, quando estiver com o ritmo de jogo e o condicionamento físico devidamente restaurados, demonstro preocupação não com o futuro mais distante, possíveis finais de Baiano e Nordeste, e a Série B, mas com algo mais próximo: o primeiro Ba-Vi do ano.
As más atuações de Chicão estão atrapalhando Titi, pelo menos é isso que eu presumo, e a defesa tricolor está terrível. Acredito que isso vá se resolver. Já vi muito jogador se queimar no Bahia por causa de um início em que estavam fora de forma. Alguns conseguiram dar a volta por cima. Outros ficaram tão marcados que não teve jeito. Espero que Chicão seja mais um exemplo para o primeiro grupo.
Fato é que a sua estreia pareceu precoce. E foi motivada por, ao que me parece, dois erros. A saída de Demerson, que ainda considero inexplicável, e a contratação do zagueiro Adriano. Essa avaliação ainda pode mudar, afinal no jogo contra o Shakhtar, ele pode ter sofrido do mesmo problema de Chicão. A diferença é que já conheço as qualidades de Chicão o que torna mais fácil acreditar em uma recuperação.
Mas voltemos ao primeiro Ba-Vi do ano. A preocupação é decorrente de que o Bahia apresentou enorme fragilidade nas bolas aéreas defensivas e no combate aos jogadores de velocidade. O que dizer sobre a possibilidade de encarar os cruzamentos de Jorge Wagner para um jogador de presença de área, como Neto Baiano ou Élton? Ou anular a velocidade de jogadores como Rogério, Vânder ou, principalmente, Rhayner?
O problema que se apresenta é que as potencialidades do Vitória estão casando com as fragilidades do Bahia. São 17 dias para desfazer essa impressão, minimizar os pontos fracos apresentados até o momento e mostrar que as pontos fortes do Bahia podem prevalecer, como o bom momento de Rômulo e Kieza. Além da qualidade de diversas outras opções ofensivas, como Léo Gamalho.
Para a defesa, Sérgio Soares precisará decidir se vale a pena aguardar a evolução natural de Chicão dentro de jogos oficiais ou preservá-lo para que retorne quando estiver bem. Caso a escolha seja pela segunda opção, o garoto Robson, com excelente histórico na base do próprio tricolor, e Thales, com boas referências do Internacional, são as alternativas. Robson teve excelente atuação no segundo tempo do triunfo contra o Shakhtar, principalmente por ter atuado por dois, já que o volante Lenine estava totalmente perdido, improvisado na zaga.
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