Desde
que a atual temporada começou, o nome do colombiano Stiven Mendoza já foi
levantado um incontável número de vezes como possível reforço para o Bahia. E,
com a atual parada, novamente as especulações foram retomadas. Não tenho
informação privilegiada sobre a possibilidade de que esse antigo interesse de
ambas as partes possa realmente ser transformado em realidade em 2020, mas
aproveito para falar sobre alguns estrangeiros que vestiram a camisa do Bahia
em outras temporadas, como o próprio jogador do Amiens, da França, que teve uma
rápida (como ele), mas exitosa passagem pelo Esquadrão em 2017.
Na
atual década (de 2011 a 2020), essa é apenas a segunda temporada em que o clube
não conta com nenhum representante de outros países no elenco. A primeira foi
em 2016. Nesse período foram 14 estrangeiros contratados. Quando eu era mais
novo, era muito mais raro ver estrangeiros no futebol brasileiro. E, no Bahia,
ainda mais. Na década de 1990, na minha adolescência, tenho a forte lembrança
apenas de dois jogadores de outros países com a camisa tricolor. Por
coincidência os dois eram goleiros: Rodolfo Rodríguez e William Andem.
O
primeiro, uruguaio, é um dos grandes goleiros que vi no Bahia. Os mais jovens,
que não acompanharam a trajetória dele, talvez tenham uma visão equivocada
sobre a passagem dele pelo Esquadrão, motivada por aquele clássico gol que ele
sofreu de Ronaldo, o Fenômeno, em uma goleada sofrida para o Cruzeiro.
No
entanto, ele foi muito mais que isso. Memória afetiva, ou não, o que me recordo
é do uruguaio fechando o gol em diversas oportunidades, principalmente no
Baiano de 1993, quando foi fundamental em toda a campanha, em que o Bahia foi
campeão de ponta a ponta, conquistando os quatro turnos. Outra lembrança forte
que tenho do arqueiro foi a corrida que ele deu até o vestiário do Inter, na
Fonte, para tirar satisfações com o atacante Paulinho McLaren, após um triunfo
do Tricolor por 5 a 4.
Aviso
que a memória afetiva também pode influenciar a minha avaliação sobre William
Andem, arqueiro de Camarões. A entrega que ele demonstrava a cada jogo compensava,
para mim, o fato de ser um pouco atrapalhado. Foi titular em 1997, uma
temporada para esquecer, mas que deixou a lembrança desse folclórico
personagem.
O
estrangeiro que mais gostei de ver atuando pelo Tricolor jogou ao lado de
Mendoza. O meia argentino Agustín Lionel Allione vestiu a lendária camisa 8 do
Bahia nas temporadas 2017 e 2018. Embora não tenha dado certo após o regresso
em 2018, por seguidos problemas físicos, foi um dos destaques na primeira
temporada, na conquista da Copa do Nordeste e na campanha de recuperação no
Brasileiro.
Máxi
Biancucchi, de passagem conturbada pelo clube, foi outro argentino que eu gostava
muito de ver no Bahia, nas temporadas 2014 e 2015. Vi ainda outros tantos
estrangeiros com a camisa tricolor, como os argentinos Emanuel Biancucchi
(2014), Paulo Rosales (2013), os colombianos Armero (2017), Tressor Moreno
(2011), o paraguaio Pittoni (2014 e 2015), o chileno Mena (2018), o venezuelano
Guerra (2019), o estadunidense Freddy Adu (2013) e o boliviano Luís Gutiérrez
(2012).
Teve
ainda gente muito boa de bola que eu não vi jogar, como o atacante argentino
Sanfilippo, que provavelmente foi o melhor estrangeiro, e um dos melhores
jogadores, a vestir a camisa tricolor. Ele conquistou os Baianos de 1970 e 1971.
Dos que eu não vi, além dele, meu pai colabora com a coluna, destacando o goleiro
Buttice e o defensor Paes, ambos também argentinos.
publicado originalmente no Jornal A Tarde do dia 02.04.2020
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