sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Caldeirão de Aço - Semana 45 - Poder de recuperação - publicado originalmente no Jornal A Tarde no dia 22.10.2020

 Em meio a toda a irritação pela campanha longe da expectativa gerada para a temporada tricolor, por muitas vezes, não são devidamente enaltecidas algumas virtudes vistas por agora, como a capacidade de recuperação da equipe dentro das partidas, maior inclusive do que em outras temporadas mais consistentes e tranquilas.

Cinco dos 19 pontos ganhos até agora, por exemplo, foram conquistados depois de a equipe sofrer o primeiro gol. Além da primeira virada na competição, no 3 a 1 contra o Atlético Mineiro, na rodada passada, o Esquadrão buscou dois empates nessas situações adversas. Contra o Palmeiras, quando Marco Antônio fechou o placar, em 1 a 1, aos 49 minutos do segundo tempo. E frente ao Goiás, Fessin empatou também aos 49. A lista poderia ser ainda maior caso o gol de Gregore, contra o Sport, no mesmo minuto, não tivesse sido anulado.

Para efeito de comparação, a equipe do ano passado fez oito dos 49 pontos a partir dessas situações, com uma virada na estreia contra o Corinthians e cinco empates depois de sair atrás no placar.

O poder de recuperação atual não tem a ver apenas com não desistir por estar atrás do marcador, mas também por buscar um resultado melhor até o apito final. São sete pontos conquistados graças aos gols marcados a partir dos 30 minutos do segundo tempo. Dos cinco pontos já citados, quatro foram conquistados com gols nessa fase final das partidas. Apenas o primeiro ponto do triunfo contra o Atlético não entrou na conta, pois Daniel fez antes dos 30. O Bahia ainda alcançou outros dois pontos graças ao gol de Ernando, aos 48, no 2 a 1 contra o Bragantino, e mais um ponto com o gol de Clayson, aos 51, no 2 a 2 com o Internacional.

Se há mérito na capacidade de recuperação, também é importante lembrar que muitos pontos foram garantidos nessas condições porque a equipe só melhorou depois de sofrer gol ou gols. Contra o Atlético, foi possível virar, mas muitos pontos foram deixados pelo caminho por ter despertado apenas depois de gol adversário.

É importante enaltecer essa capacidade de recuperação, que combina com a tradição do clube, mas, para poupar um pouco os corações tricolores, torço por mais atuações como aquela contra o Vasco, quando a equipe partiu para cima desde o início, fez o resultado, e conseguiu administrar sem sustos.

O que também deve ser muito valorizado é o triunfo contra o terceiro colocado Atlético, primeiro adversário entre os 10 primeiros da classificação atual batido pelo Tricolor. Em compensação, é curioso que, entre os quatro primeiros colocados, apenas o Flamengo segundo colocado, conseguiu bater o Bahia. O líder Internacional e o São Paulo, quarto colocado, mesmo como mandantes, ficaram no empate. 

 publicado originalmente no Jornal A Tarde no dia 22.10.2020 

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