A humildade de um herói

Quando ele ainda estava no campo, caído, após ser derrubado pelos colegas, logo após o gol da classificação, aos 44 minutos do segundo tempo, contra o Vitória da Conquista, lembrei de um caso que me contaram há algum tempo e pensei: "esse cara merece". O cara é Rafael Donato, camisa 3 tricolor, e o caso foi uma demonstração de humildade e cabeça no lugar. 

Segundo uma fonte, o beque chegou a uma concessionária de veículos de Salvador para comprar um carro. Por ser jogador de futebol, tentaram empurrar os modelos mais caros e zero quilômetro. Mas ele procurou um carro bom, mas usado e ainda justificou, dizendo que o Bahia é o primeiro clube grande da carreira, o contrato ainda é curto e o futebol é muito incerto para fazer loucuras, tendo filhos para criar. 

Naquele momento, mesmo sem perceber, ou sem forçar, ele ganhou as pessoas que estavam presentes, como fãs. Por isso, resolvi compartilhar essa história com você, leitor deste blog. Atitudes como essa mostram que Donato é bom de cabeça, não apenas nas jogadas aéreas, mas também na vida pessoal, que, certamente, reflete em seu desempenho em campo.

Esse relato tira os seus discursos do final do jogo, enaltecendo os colegas, o Bahia, a torcida e a Deus, do lugar comum, do discurso vazio, e traz verdade. "Fui abençoado. Deus olhou para mim e me iluminou para marcar esse gol. Tudo graças a Ele", disse. 

O gol lembrou o histórico tento marcado por outro zagueiro gigante do tricolor, Advaldo NBA. No Baiano de 1994, que era disputado em quatro turnos mais as finais, o Esquadrão havia perdido os dois primeiros para Camaçari e Vitória e estava perdendo a decisão do terceiro para o Poções, por 2 a 0. Depois de um gol do atacante Zé Roberto, o time ainda precisava de mais um pois tinha a vantagem do empate e ele foi marcado no finalzinho por NBA.