sábado, 14 de dezembro de 2019

O camisa 10 é símbolo merecido das conquistas do Flamengo em 2019


Inspirado por uma postagem do meu amigo Danilo Brito, grande publicitário e flamenguista, resolvi escrever sobre um personagem fundamental nas recentes conquistas do Flamengo de 2019, evidenciadas na foto que ganhou grande destaque: Carioca, Brasileiro e Libertadores. O meio-campista Diego Ribas. A postagem de Danilo foi um dos melhores e mais verdadeiros textos relacionados a futebol que tive a sorte de ler em muito tempo. Meu primeiro pensamento foi de que não teria nada a acrescentar, mas ouso reformular minha ideia inicial para ´não tenho nada a retirar´.

Reproduzo o texto da postagem inicial: “Tenho muito respeito por esse cara. No atual elenco do Flamengo ele é meu ídolo. Roeu o osso. Aguentou muita crítica quando o time ainda era desestruturado e ele que levava toda porrada. Recusou proposta milionária pra jogar nos EUA, e seguiu no Mengão. Agora, nada mais do que justo esses três troféus. Já tem o nome marcado na história do Flamengo. Valeu perseverar. DEUS É BOM TODA HORA, @diegoribas10”.

As imagens da chegada de Diego ao Flamengo, no dia 20 de julho de 2016, impressionaram. Multidão, euforia, carros sendo pisoteados e, acima de tudo, esperança. De lá para cá, chegou a ter conflitos com os torcedores, que pareciam descontar no antigo camisa 35, e atual camisa 10, as frustrações pela ausência de conquistas consideradas significativas no período, e em muito mais tempo.

A postura exemplar de Diego durante três anos e meio, defendendo, comissões técnicas, colegas de time, e o próprio clube, parecia irritar ainda mais os críticos, que talvez não fossem capazes de tamanha lealdade a um projeto, como Diego demonstrou ser durante todo esse período. A crueldade chegou ao ponto de que muitos, inclusive profissionais da imprensa, creditassem a melhora do Flamengo com Jorge Jesus à grave lesão sofrida pelo ex-santista - fratura de tornozelo, com lesão ligamentar -, que forçou a saída da equipe.

Com mercado e com a carreira pregressa que tinha, Diego poderia ter partido em diversos momentos durante esses três anos e meio, mas resolveu ficar e perseverar. Enfrentava as críticas, não com o embate, mas com resiliência.

Durante o período de recuperação, no mês de setembro, chegou a assistir a um jogo do Flamengo no Maracanã, contra o São Paulo, fantasiado de urubu, no meio da arquibancada, demonstrando genuína felicidade e muita empolgação, com a situação e com o time, mesmo estando impossibilitado de ajudar em campo.  

E o time realmente empolgava e enfileirava triunfos. A cada partida surgia um “melhor jogador disparado da equipe do Flamengo”. Bruno Henrique, Gabigol, Gérson e Arrascaeta, revezavam nesse posto. Éverton Ribeiro, talvez o que tenha a trajetória que mais se assemelhe à de Diego, e o único desses que não chegou em 2019, também era citado, com menor frequência. Os novos laterais 'europeus´, Filipe Luís e Rafinha, eram apontados como fundamentais acréscimos de qualidade. E é interessante ver um flamenguista como meu amigo Danilo Brito dizer que Diego é o maior ídolo dele no atual elenco.

Meu pensamento era exatamente de que Diego era a figura mais respeitada e simbólica desse time, mesmo que estivesse momentaneamente impossibilitado de ajudar em campo. E foi emblemático que ele fosse decisivo, como foi, no momento mais importante da história recente do clube. Em Lima, contra o River Plate, na final da Libertadores, Diego mudou o jogo e foi determinante para a virada conquistada pelo time carioca, no final da partida, que garantiu o tão sonhado troféu.

Não só pelo lançamento para o segundo gol de Gabigol, mas pela experiência e por fazer a bola rolar com mais qualidade naquele momento em que o River já demonstrava esgotamento. Ouso dizer que o time argentino teria comemorado o segundo título continental consecutivo caso o camisa 10 não tivesse entrado em campo.  

Um dos maiores méritos de Jorge Jesus no Flamengo foi conseguir fazer com que Gérson, Éverton Ribeiro, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol, talvez os maiores expoentes técnicos disponíveis no momento, conseguissem jogar – e muito bem – juntos. Se todos eles vão continuar em 2020, junto com o treinador português, e se Diego vai conseguir um lugar no onze inicial, não se sabe. O certo é que Diego já marcou seu nome na rica história do Flamengo. Merecidamente.

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