quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Bate-papo com um ídolo - Douglas Franklin

Nesta terça-feira, encontrei com o ex-meia Douglas (na foto, o da esquerda, ao lado de Elizeu), ídolo eterno do Bahia, que infelizmente não vi jogar, para entrevistá-lo. Atualmente morando em Barretos, São Paulo, ele veio para Salvador para prestigiar a recolocação da placa em memória do primeiro gol do estádio de Pituaçu, que ele marcou, contra o Fluminense de Feira, em 1979, atuando pelo Bahia.

Já tinha entrevistado o antigo camisa 8 do Bahia em, pelo menos, duas oportunidades. Na Conferência Gigante Tricolor e quando estava fazendo matéria sobre os jogadores aposentados, pois ele era presidente da associação baiana. Mas foram em situações mais corridas. Agora ele estava totalmente descontraído. E como é bom de resenha esse garoto! Fui cair na besteira de chamá-lo respeitosamente de senhor e fui logo repreendido: "senhor, não. você. Eu tenho 29 anos, pô".

Eu confesso que nem conhecia essa faceta dele. Quer mais uma prova de como ele é brincalhão. Olha o que tinha escrito no orkut dele: "Salvador, tô chegando dia 8/11. Quero trio elétrico". Bem que merecia por tudo que fez pela história gloriosa do clube. Não teve dia 8, mas, se Deus quiser, e Douglas também acredita nisso, vai ter sábado depois do jogo contra a Lusa porque juntar Bahia e Douglas tem que resultar em alegria. E ele garante que é pé-quente.

Leandro - Qual a sua expectativa para essa homenagem de sábado?
Douglas - Pra mim foi uma grata surpresa porque tem mais de 30 anos que fiz esse gol e sabia que já existia uma placa. Eu queria agradecer por essa lembrança. No dia do jogo, eu não tava ligado em fazer o primeiro gol do estádio, mas vejo que foi muito importante.

L- E o contato com a torcida do Bahia?
D- Vai ser muito bom esse contato com a torcida do Bahia porque eu e o clube temos
tudo a ver. Eu sou Santos e Bahia e quando eu venho aqui é a maior alegria. Os baianos me adotaram. Quem me acolhe aqui no hotel, por exemplo, é torcedor, e conselheiro, do Vitória.

L- Você presidia uma associação de ex-jogadores profissionais aqui na Bahia. Por que deixou de ser presidente?
D - Eu estava morando aqui, mas, em 2008, eu tive qe ir para Barretos porque minha mãe já tem 85 anos e eu tinha que cuidar dela, né? Mas na verdade é ela quem cuida de mim (risos). Aí eu saí da presidência, mas sempre que posso eu estou por aqui.

L- Mesmo não estando mais aqui, percebo que você ainda se preocupa com essa situação dos jogadores depois que encerram a carreira. Qual a importância desse tipo de associação?
D- A gente sempre busca incentivar que o ex-atleta possa ficar sócio e contribuir com a associação para a classe ficar unida. Acho que todo jogador que alcança uma situação de respeito na sociedade deveria usar isso para ajudar os outros atletas. Eu, por exemplo, sei que o respeito que e tenho vem muito da minha carreira. E ninguém faz nada sozinho. E sou preocupado com o ex-atleta em todo lugar. Joguei a favor ou contra muitos deles e quero que estejam todos bem.

L- Tem acompanhado o Bahia?
Eu acompanho de longe. Vejo que tem grandes jogadores como Morais. A hora de subir é agora. Se ganhar hoje (ganhou do América Mineiro no dia da entrevista), a gente sobe no sábado. Eu vou estar lá e eu sou pé-quente. No ano passado, o Bahia corria risco de cair para a Série C e eu fui pra Campinas, assistir a um jogo contra a Ponte Preta (antepenúltima rodada). Assisti junto com Elizeu (também ídodo do Bahia e colega de Douglas no Santos e no Bahia) E ganhar da Ponte lá era muito difícil. Mas nós ganhamos lá de 3 a 1 (gols de Jael, Beto e Paulo Isidoro) e não caímos.

L- E o Santos? Você tem acompanhado mais de perto?
De vez em quando, desço, vou lá em Santos. É aquela estrutura que eu quero que o Bahia tenha. O tricolor cresceu, montou um grande time para subir, mas gostaria que se organizasse, se estruturasse mais, como uma empresa mesmo. O time do Santos é muito bom. Eu destacaria Ganso, Neymar e Arouca, mas o time todo é bom. O pessoal critica o Durval (zagueiro), mas ele é muito bom, mas é que a equipe busca o espetáculo. Ataca feito índio, aí complica pra segurar lá atrás. Mas eu creio que o Adilson (Batista) vai mudar alguma coisa no sistema defensivo do Santos. Ele não vai acabar com a alegria do time, mas deve dar uma segurada. Até porque ele foi zagueiro, né?

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