segunda-feira, 15 de novembro de 2010

"Um texto bacana sobre a volta do Bahia"


Agora eu posso escrever: o Esquadrão voltou para a Série A. Não tem nem uma semana, na última segunda, o amigo vascaíno Raphael Zarko me pediu que eu fizesse “um texto bacana sobre a volta do Bahia”. Precavido, respondi que escreveria, mas só depois que o retorno estivesse confirmado por todas as calculadoras. Superstição é algo que deve ser respeitado, pai. Para quem está um pouco mais afastado, o acesso já parecia ser questão apenas de tempo, para nós ainda não. A nossa asa negra (ou amarela), Brasiliense, acabara de aprontar conosco novamente. Sinto-me também responsável pela subida. Caso eu tivesse escrito o tal “texto bacana”, ninguém me garante que o tricolor iria conseguir vencer dois times que ainda lutam para marcar presença na Série A do próximo ano (América Mineiro e Portuguesa).

Não escrevi, mas deveria ter iniciado. Assim, teria feito com mais calma, em melhores condições. Não. Não estou bêbado. Na verdade, nem bebo, mas estou embriagado de orgulho e de alegria. Dá vontade de escrever aqui um recado para o Mano Menezes e torcer para que ele ache o texto pelo google e preste atenção em Adriano, Jael e Ávine e que ele fique feliz pela recuperação do bom futebol de seu antigo pupilo Morais.
Sabe aquelas coisas que parecem pequenas, mas que vêm à nossa mente em ocasiões grandiosas como essa? Pois é. Em meio a tanta euforia, fiquei cotente ao lembrar que o Bahia deve estar presente no Fifa 12. Os 3 a 0 contra a Portuguesa não representaram apenas a volta à elite do futebol nacional, mas também ao que há de melhor no futebol digital.
Chegou ao fim, finalmente, a cruzada solidária do Bahia. Ajudou a fortalecer as Séries C e B e deu o gostinho especial para várias equipes como Nacional de Patos e Atlético de Cajazeiras de encararem uma equipe grande como o tricolor. Não tive acesso a dados oficiais sobre isso, mas também imagino que o nível dos alunos nas aulas de geografia devem ter melhorado muito em Salvador desde o início da queda tricolor, em 2003. Afinal, quando um professor pergunta hoje ‘qual o estado onde fica a cidade de Catalão?’, a questão não é mais tão complicada. Basta lembrar que o Esquadrão visitou o Crac de Catalão, em Goiás, em 2007. Muitos outros cantos legais deste País foram conhecidos desta forma. Mas a colaboração já foi muito grande. Visitar esses lugares a partir de agora espero que só na Série A, na Copa do Nordeste ou na Copa do Brasil.
Ouvi pelas ruas gente dizendo que desde que o Bahia caiu em 2003 só agora ele deu alguma alegria. Mentira. Cada porradinha no Barradão, ou partidas épicas como o triunfo sobre o Corinthians, no Pacaembu, em 2008, proporcionaram muita felicidade. O que faltava era algo mais consistente. Era como aquela piada que você vai rindo ao ouvir, mas acha o final deprimente.
Agora o final foi maravilhoso. O buzinaço até a madrugada pela cidade só comprova isso. Não estou ouvindo o som dos trios, mas imagino que a coisa esteja muito boa por lá também. A organização da festa pecou em um ponto. Esqueceram de entregar a chave da cidade para Binha de São Caetano, o nosso Rei Momo magro tricolor, quando o carnaval começou, às 22 horas deste sábado feliz.
texto publicado no divertidíssimo yougol.com.br

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