domingo, 5 de janeiro de 2020

Caldeirão de Aço - Semana 03 - 89 anos de orgulho - publicado originalmente no dia 02.01.2020


Os bons desejos e sentimentos certamente estiveram mais aflorados em todo o País durante o dia de ontem, quando os calendários marcaram o primeiro dia do ano de 2020. A nação tricolor, de certo, fez parte dessa corrente. Entre a ressaca da noite anterior e os planos para o novo ano, entretanto, certamente reservaram parte do dia para comemorar o aniversário de 89 anos do Esporte Clube Bahia, mentalizando um ano de 2020 ainda melhor. E, mais do que isso, reforçar todo o orgulho proveniente, não de torcer por um clube, mas de ser Bahia. Um verdadeiro estado de espírito. 

O orgulho de ser Bahia obviamente é fortalecido pelas duas estrelas que representam os títulos brasileiros, afinal todo tricolor sabe de coração que “59 é nosso, 88 também”. Desde o primeiro ano da sua história, o torcedor se acostumou com voltas olímpicas e comemorações de título, deixando claro que ‘nasceu para vencer’. Essa marca ficou evidente ainda no primeiro jogo, quando derrotou o tradicional Ypiranga, maior clube do Estado à época, por 2 a 0. No mesmo ano da fundação, conquistou o Torneio Início e o Baiano, o primeiro de 48 conquistados até hoje.  

Não demorou muito para assumir o posto de maior do Estado. Além dos dois brasileiros e dos estaduais, incluindo sequências marcantes como o hepta da década de 1970, outros feitos enchem o peito do torcedor tricolor de orgulho, como os três títulos do Nordeste, ou mesmo o fato de ser o único clube do Estado a ter disputado a Libertadores. Sendo, inclusive, o primeiro representante do País na competição, depois de ter superado o Santos de Pelé, no Brasileiro de 1959. 

Tal orgulho, entretanto, transcende qualquer um dos tantos troféus conquistados e que deverão ter lugar especial no aguardado Museu do Bahia. O torcedor tricolor se orgulha do próprio sentimento pelo clube, por si só. Não existe dia errado para trajar a camisa do Esquadrão. O maior patrimônio de um clube é justamente a sua torcida e a do Bahia chama a atenção de todo o País por causa do amor, paixão, e pela fidelidade, exemplificada pela frequência com que sempre encheu a antiga Fonte e segue marcando presença em Pituaço ou na nova Fonte. 

É difícil de imaginar que os antigos jogadores da Associação Atlética da Bahia e do Clube Bahiano de Tênis, que resolveram fundar o Esporte Clube Bahia, pudessem suspeitar que aquela decisão impactaria o coração de tanta gente, sendo motivo de felicidade para futuras gerações de tricolores. Segundo relatos da época, uma das principais preocupações externadas durante a reunião que resultou na fundação do clube era com relação às ideias para atrair a admiração e a torcida do povo baiano. Qualquer que tenha sido a estratégia adotada, surtiu total efeito. 

E a torcida segue com motivos para se orgulhar. Desde que retornou à Série A, em 2017, o Bahia tem feito temporadas consistentes, com um título em cada – do Nordeste, em 2017, e do Baiano, nos dois anos seguintes -, figurando duas vezes entre os oito melhores da Copa do Brasil, em 2018, e 2019, e entre os oito finalistas da Copa Sul-Americana, em 2018. No Brasileiro, um 12º lugar, em 2017, com 50 pontos, um 11º no ano seguinte, com 48, e novamente um 11º, com um ponto a mais, em 2019. Dessa vez, o diferencial é que foi a primeira vez na época dos pontos corridos, que o Tricolor não correu risco de rebaixamento em momento algum. 

Que em 2020 o Bahia siga nesse processo de evolução ano a ano, dentro e fora das quatro linhas. A primeira novidade do ano é a Cidade Tricolor, agora oficialmente Centro de Treinamento Evaristo de Macedo, em justíssima homenagem ao mestre Evaristo, treinador do segundo título brasileiro do Bahia. Que o torcedor não tenha vergonha de enaltecer os grandes momentos que o Clube teve em 2019, deixando claro que quer mais e sabe que é possível ter anseios cada vez maiores.

publicado originalmente no dia 02.01.2020

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