sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Caldeirão de Aço - Semana 07 - Primeiras impressões - publicado originalmente no Jornal A Tarde do dia 30.01.2020


Desde que a bola começou a rolar oficialmente na temporada, o Bahia já fez cinco jogos em apenas oito dias. Como as partidas foram divididas entre o elenco principal, que jogou duas vezes pela Copa do Nordeste, e o grupo de transição, que atuou três vezes pelo Baiano, as primeiras impressões do ano ainda estão sendo formadas, começando a reforçar ou contrariar expectativas anteriores. 

Depois do empate, no Arruda, contra o Santa Cruz, e do triunfo, por 2 a 0, contra o Imperatriz, em Pituaço, o elenco principal vem bem. Contra os pernambucanos, o Bahia deixou de decidir o jogo enquanto esteve bem e teve fôlego, e depois precisou administrar o empate, sem grandes sustos até a expulsão de Douglas, que obrigou Fernandão a fazer importante defesa em cobrança de falta.

Contra o Imperatriz, o placar de 2 a 0 não refletiu a superioridade tricolor, que, além dos gols de Gilberto e Élber, criou diversas chances claras. O resultado foi pouco para o que a equipe produziu. Por outro lado, o time maranhense atuou com um jogador a menos desde os 11 minutos, quando já perdia por 1 a 0. A inferioridade numérica do adversário, e os momentos de oscilação, podem ser usados para diminuir qualquer euforia exagerada. 

Vale destacar, entretanto, que, antes mesmo da expulsão, o Bahia já conseguia envolver bem o time maranhense. O lance do primeiro gol, por exemplo, foi muito bem construído, com excelente passe de Flávio, que desmontou a defesa e deixou Capixaba livre, para entrar na área e dar o passe para Gilberto, que tinha iniciado a jogada, tocar para as redes, sem goleiro. As boas atuações ofensivas dos laterais e uma maior capacidade de trabalhar a bola no meio são impressões positivas.  

Até o momento, o técnico Roger Machado já utilizou 16 jogadores. Além dos titulares Douglas, João Pedro, Lucas Fonseca, Juninho, Capixaba, Gregore, Flávio, Daniel, Clayson, Élber e Gilberto, já entraram em campo, os atacantes Fernandão e Rossi, nas duas partidas, os volantes Jadson e Ronaldo, que saíram do banco uma vez cada, e o goleiro Anderson, que substituiu Douglas, contra o Imperatriz. Dos seis contratados para o elenco principal, apenas Zeca não estreou. 

Depois do jogo de ontem contra o Bahia de Feira, em Feira de Santana, o time de Dado Cavalcanti deverá voltar a campo no domingo (2/2), em Pituaço, contra a Jacuipense. Já o elenco de Roger deverá voltar a ser testado apenas na próxima quarta (5/2), contra o River, do Piauí, na primeira fase da Copa do Brasil.

Por dois anos seguidos, o Bahia chegou entre os oito melhores da competição nacional, sendo eliminado pelo Palmeiras, em 2018, e pelo Grêmio, em 2019, nas quartas-de-final. Passar dessa fase, de maneira inédita, certamente será um dos principais objetivos do clube na atual Copa do Brasil. O Esquadrão já chegou sete vezes nessa fase e não conseguiu seguir. Nas outras cinco oportunidades, o Tricolor enfrentou Grêmio, em 1989, Flamengo, em 1990, Juventude, em 1999, Atlético Mineiro, em 2002, e Grêmio, em 2012. 

Com relação ainda à Copa do Brasil, os atacantes do atual elenco poderão buscar inspiração em Nonato, que foi o artilheiro da competição de 2003, com nove gols. Sobre o centroavante, destaco a atitude dos torcedores presentes em Pituaço no triunfo de domingo contra o Conquista. Os aplausos e cânticos em homenagem ao atacante, que enfrentou pela primeira vez o Bahia, foram emocionantes e servem como exemplo. Para que sejam valorizados aqueles que escrevem a história tricolor.

publicado originalmente no Jornal A Tarde do dia 30.01.2020

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