segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Duelos inesquecíveis - A noite em que Ramos parou Kaká

Bahia e São Paulo, que se enfrentam na quinta-feira (4/8), já travaram grandes duelos, mas tem um que ficou para sempre em minha memória, disputado no Brasileiro de 2002. O Bahia tinha um bom time (embora a zaga fosse ruim), com alguns ótimos jogadores, como Daniel Alves, Geraldo, Calisto, Nonato e Émerson, que jogava bem, mas não deslanchava no campeonato, brigando até a rodada final pela permanência na Primeira Divisão, que seria confirmada após o triunfo por 4 a 2 na Portuguesa, de Ricardo Oliveira. Enquanto isso, o São Paulo atropelava os adversários naquela primeira fase, em que os oito primeiros colocados se classificavam, e contava com jogadores como Kaká, Luis Fabiano, Júlio Baptista, Maldonado e Fábio Simplício.

O São Paulo tinha acabado de golear o Fluminense, por 6 a 0, mas o Esquadrão também estava embalado depois de vencer o Palmeiras, no Parque Antárctica, por 2 a 1. Kaká era o mais badalado e a histeria coletiva em torno do camisa 8 do tricolor paulista chegava a ser irritante. Naquela época, em Salvador, ainda não era tão comum a presença feminina nos estádios, mas uma legião de meninas foi para a Fonte Nova naquela noite para berrar pelo ídolo. Era questão de honra para o tricolor parar aquele time do São Paulo, que seria eliminado nas quartas-de-final daquele ano pelo Santos de Diego e Robinho. E o técnico do Bahia, Candinho, colocou o volante Ramos para marcar o, hoje, craque do Real Madrid. E aquela foi a noite em que Ramos parou Kaká.

O astro do São Paulo não conseguia fazer nada do que estava acostumado, quando a bola parecia que ia chegar, o volante do Bahia se antecipava, quando ela chegava, ele desarmava. E a torcida comemorava cada roubada de bola. E até as faltas. Apesar da forte marcação, os dois times tinham chances de abrir o placar. Principalmente, quando Nonato perdeu um pênalti, ainda no primeiro tempo.

O Bahia continuava resistindo após o intervalo, mas o empate ainda não era o bastante e, aos 30 minutos do segundo tempo, o camisa 10 do Bahia, Geraldo, fez mais um dos seus grandes lances naquela competição e abriu o placar na Fonte, invadindo a área e deixando um marcador no chão após um drible, e chutando firme, cruzado. A torcida, em festa, provocava com gritos referentes à estrela do São Paulo. E a festa ficou completa aos 47 minutos, quando Bebeto Campos marcou o segundo golaço da noite, chutando de fora da área, no ângulo, e fechando o placar de um triunfo inesquecível por 2 a 0.

Bahia 2x0 São Paulo
18/09/2002
Bahia: Émerson, Daniel Alves, Marcelo Souza, Valdomiro e Calisto; Ramalho, Bebeto Campos, Ramos, Gil Baiano e Geraldo; Nonato (Ney Fabiano). Técnico: Candinho
São Paulo: Rogério Ceni, Rafael (Gabriel), Jean, Régis e Jorginho Paulista (Adriano); Maldonado (Gustavo Nery), Fabio Simplício, Júlio Baptista e Kaká; Leandro Amaral e Luis Fabiano. Técnico: Oswaldo de Oliveira.
Gols: Geraldo (30 do segundo tempo) e Bebeto Campos (aos 47 do segundo tempo).

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