segunda-feira, 11 de junho de 2007

Brincadeira de gente grande


Leandro Silva

Em seus sonhos, você já deve ter imaginado comandar um timaço com Buffon no gol, Cristiano Ronaldo, Ronaldinho, Robinho e Drogba no ataque. Poderia até colocar Henry e Ronaldo no banco que eles não fariam cara feia.

Pois é, esse é um privilégio que nem mesmo Mourinho, técnico do milionário Chelsea, e muito menos Dunga, da Seleção Brasileira, têm. Mas se você costuma se divertir com algum dos jogos de futebol digital, já deve ter montado um time com algumas dessas feras.

Para os torcedores tricolores é possível formar um time com Daniel Alves, Fabão, Jorge Wagner e Uéslei, por exemplo. Já os rubro-negros podem recrutar antigos destaques que hoje brilham em outros clubes pelo mundo, como Dida, Adailton, David Luiz, Dudu Cearense e Obina para jogar ao lado de Índio e Apodi.

Prática antiga – As pessoas que jogam futebol de mesa já formavam seus times com os jogadores preferidos há muitas décadas. Mas o exercício era totalmente de imaginação, já que quase todos os botões são iguais, sem recursos para diferenciar um Pelé de algum jogador sem qualidade. A saída, para muitos, era colar a foto dos seus ídolos nos botões.

No futebol digital, essas alternativas não são necessárias, os jogadores possuem características físicas e, até mesmo, o estilo de jogo semelhantes ao jogador representado. Inclusive, as comemorações de gol são simuladas.

No Winning Eleven, jogo de futebol digital mais popular no Brasil, existe a Master Liga, uma opção que permite que você faça a função de presidente do clube, contratando e dispensando jogadores, e, até mesmo, negociando salários.

Mesmo que a fabricante Konami não tivesse disponibilizado essa opção, os amantes do jogo dariam um jeito. Como Lucas Sampaio, 26 anos, e seus sete amigos, que criaram a Liga Lomanto para praticar Winning Eleven todas as segundas-feiras à noite. “Teve uma época em que o vício estava tão grande que a gente marcava outro dia da semana também”, diz.

Na Liga, cada um é dono de um clube e a troca de jogadores entre os times é freqüente, o que anima, ainda mais, o campeonato que é fechado. “Só entra se tiver intimidade com todos”, explica Lucas.

Campeonatos – Existem também campeonatos oficiais e abertos ao público. O goleiro Márcio, revelado pelo Bahia, é sergipano, mas representou a Bahia no Nacional do ano passado, em Brasília. “Eu tinha acabado de sair do Bahia, aí fui convidado pra participar e fui com muito orgulho”, conta Márcio, que ficou em 20º de um total de 160 competidores de todo o país.

A CBFDV foi registrada oficialmente em janeiro de 2006 pelo atual presidente, Edivaldo dos Santos Júnior, para poder organizar o primeiro Nacional. Abrange os jogos de Winning Eleven e Fifa Soccer. “Estamos dando muito mais ênfase ao WE por causa do número muito maior de adeptos no Brasil”, explica Edivaldo.

Ele já era presidente da Federação do Distrito Federal, e conta que, em outros estados, as federações estão mais adiantadas do que na Bahia. “Aí está apenas começando”.

O estado vizinho Sergipe já possui uma federação mais atuante. É de lá o campeão brasileiro de Winning Eleven deste ano, Gustavo Moura. Ele é conhecido no meio como “Kabeça” e pretende chegar ao mundial. “A expectativa é de chegar mais longe do que qualquer brasileiro já chegou”, revela.

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