Leandro Silva
Esse meu texto deve soar repetitivo. Até porque tenho certeza que não fui o único a ter essa sensação hoje. Mas sabe aquele tipo de filme em que o enredo parece muito forçado para justificar uma grande redenção para o personagem principal e você perde até o interesse porque não tem nada de verossímil? Pois é. Esse foi o enredo do clássico de hoje entre Corinthians e Palmeiras. Mas ao contrário dos filmes. O que encanta no caso é que a história do protagonista Ronaldo é real.
Esse meu texto deve soar repetitivo. Até porque tenho certeza que não fui o único a ter essa sensação hoje. Mas sabe aquele tipo de filme em que o enredo parece muito forçado para justificar uma grande redenção para o personagem principal e você perde até o interesse porque não tem nada de verossímil? Pois é. Esse foi o enredo do clássico de hoje entre Corinthians e Palmeiras. Mas ao contrário dos filmes. O que encanta no caso é que a história do protagonista Ronaldo é real.
Veja bem, há muito tempo ele já dizia que iria jogar contra o Palmeiras, como se já estivesse lido o script. Como todo bom filme, teve uma pré-estréia cercada de expectativa contra o Itumbiara. Gostaria de ver o clássico de hoje, meu irmão Renato, palmeirense, ficou em casa só para isso, mas fui para o estádio ver o Bahia, contra o Vitória da Conquista, pelo Campeonato Baiano. Enquanto o tricolor ganhava, fiquei sabendo que o Palmeiras fez 1 a 0. Depois, Renato ligou para meu outro irmão, Lucas, corintiano, para avisar que Ronaldo tinha entrado em campo.
Foi aí que comentei, como em um daqueles diálogos forçados de filme: já pensou se Ronaldo faz o gol do empate. Depois, Renato voltou a ligar para avisar que ele já tinha acertado uma bola na trave. Assistia ao Bahia, vencendo o Bode, e imaginava os lances do Fenômeno. Até que, no intervalo do jogo, ouvi um incrédulo torcedor à minha frente, perguntando: foi gol do Gordo, mesmo? Deu para ver que o apelido foi utilizado de maneira carinhosa porque o cara estava radiante. Logo depois, Renato voltou a ligar, para informar que seu Palmeiras tinha acabado de sofrer o gol do empate, aos 47 minutos. Pensa que ele estava arrasado, como seria previsível? Nada disso. A admiração pelo Fenômeno serviu como anestésico para o gol corintiano. Vou perguntar amanhã ao meu amigo Eraldo Rodrigues, palmeirense fanático. Este, eu acho que não deve ter gostado nem um pouco da redenção do camisa 9 das últimas Copas.
Confesso que não era muito fã dele nos seus melhores momentos de Barcelona, na década de 1990. Mas hoje o admiro por suas tantas histórias de superação. E entendo toda a admiração que o meu amigo Herbem Gramacho tem por ele. Plagiando o grande Milton Leite: Senhoras e senhores, o Fenômeno voltou!!!