Desde
que a bola começou a rolar oficialmente na temporada, o Bahia já fez cinco
jogos em apenas oito dias. Como as partidas foram divididas entre o elenco
principal, que jogou duas vezes pela Copa do Nordeste, e o grupo de transição,
que atuou três vezes pelo Baiano, as primeiras impressões do ano ainda estão
sendo formadas, começando a reforçar ou contrariar expectativas anteriores.
Depois
do empate, no Arruda, contra o Santa Cruz, e do triunfo, por 2 a 0, contra o
Imperatriz, em Pituaço, o elenco principal vem bem. Contra os pernambucanos, o
Bahia deixou de decidir o jogo enquanto esteve bem e teve fôlego, e depois
precisou administrar o empate, sem grandes sustos até a expulsão de Douglas,
que obrigou Fernandão a fazer importante defesa em cobrança de falta.
Contra
o Imperatriz, o placar de 2 a 0 não refletiu a superioridade tricolor, que,
além dos gols de Gilberto e Élber, criou diversas chances claras. O resultado
foi pouco para o que a equipe produziu. Por outro lado, o time maranhense atuou
com um jogador a menos desde os 11 minutos, quando já perdia por 1 a 0. A
inferioridade numérica do adversário, e os momentos de oscilação, podem ser
usados para diminuir qualquer euforia exagerada.
Vale
destacar, entretanto, que, antes mesmo da expulsão, o Bahia já conseguia
envolver bem o time maranhense. O lance do primeiro gol, por exemplo, foi muito
bem construído, com excelente passe de Flávio, que desmontou a defesa e deixou
Capixaba livre, para entrar na área e dar o passe para Gilberto, que tinha
iniciado a jogada, tocar para as redes, sem goleiro. As boas atuações ofensivas
dos laterais e uma maior capacidade de trabalhar a bola no meio são impressões
positivas.
Até
o momento, o técnico Roger Machado já utilizou 16 jogadores. Além dos titulares
Douglas, João Pedro, Lucas Fonseca, Juninho, Capixaba, Gregore, Flávio, Daniel,
Clayson, Élber e Gilberto, já entraram em campo, os atacantes Fernandão e
Rossi, nas duas partidas, os volantes Jadson e Ronaldo, que saíram do banco uma
vez cada, e o goleiro Anderson, que substituiu Douglas, contra o Imperatriz.
Dos seis contratados para o elenco principal, apenas Zeca não estreou.
Depois
do jogo de ontem contra o Bahia de Feira, em Feira de Santana, o time de Dado
Cavalcanti deverá voltar a campo no domingo (2/2), em Pituaço, contra a
Jacuipense. Já o elenco de Roger deverá voltar a ser testado apenas na próxima
quarta (5/2), contra o River, do Piauí, na primeira fase da Copa do Brasil.
Por
dois anos seguidos, o Bahia chegou entre os oito melhores da competição
nacional, sendo eliminado pelo Palmeiras, em 2018, e pelo Grêmio, em 2019, nas
quartas-de-final. Passar dessa fase, de maneira inédita, certamente será um dos
principais objetivos do clube na atual Copa do Brasil. O Esquadrão já chegou sete
vezes nessa fase e não conseguiu seguir. Nas outras cinco oportunidades, o
Tricolor enfrentou Grêmio, em 1989, Flamengo, em 1990, Juventude, em 1999, Atlético
Mineiro, em 2002, e Grêmio, em 2012.
Com
relação ainda à Copa do Brasil, os atacantes do atual elenco poderão buscar
inspiração em Nonato, que foi o artilheiro da competição de 2003, com nove
gols. Sobre o centroavante, destaco a atitude dos torcedores presentes em
Pituaço no triunfo de domingo contra o Conquista. Os aplausos e cânticos em
homenagem ao atacante, que enfrentou pela primeira vez o Bahia, foram
emocionantes e servem como exemplo. Para que sejam valorizados aqueles que
escrevem a história tricolor.
publicado originalmente no Jornal A Tarde do dia 30.01.2020