Poucas
caras novas foram vistas na reapresentação do grupo principal do Bahia. De jogadores
anunciados oficialmente, até o fechamento dessa coluna, apenas Clayson, Daniel
e Jádson. Outros ainda deverão chegar mas, por uma junção de fatores, acredito
que não serão muitos. Isso pode ser encarado como uma coisa ruim? Analisando o
contexto, diria que não.
Ano
a ano, o Bahia vem apostando cada vez mais na manutenção de uma base. Começar uma
equipe praticamente do zero por temporada já parece coisa do passado. Contratações
mais criteriosas permitem que haja maior segurança na proposição de contratos
mais longos para os jogadores, que, por sua vez, os aceitam, graças à
estabilidade da instituição. Assim, os atletas remanescentes já testados e aprovados
passam a ser os principais “reforços” para a temporada seguinte. Considero, por
exemplo, a manutenção de Gregore mais importante para o clube do que a chegada
de um novo volante para substituí-lo.
O
camisa 26 já está aprovado, adaptado e identificado com o Tricolor. Que
permaneça, se possível, e siga motivado. Até agora, das peças que já deixaram o
clube, imagino que a torcida, em peso, sinta realmente a falta apenas do
meia-atacante Artur Victor. Ele não continuou justamente porque, fugindo à nova
regra, tinha um contrato de apenas um ano com o clube e foi negociado pelo
Palmeiras com o Bragantino. Fora ele, tudo indica que ficaram todos aqueles que
a direção desejou que permanecessem.
A
diminuição de contratações para o elenco principal tem sido uma tendência. A
manutenção de uma base possibilita inclusive que se possa priorizar a qualidade
em detrimento da quantidade. O novo perfil de contratações permite que o Bahia
consiga trazer jogadores que foram titulares durante a maior parte do ano em
clubes da Série A, algo impensável anteriormente. Como foram os casos de
Clayson, no Corinthians, e Daniel, no Fluminense, por exemplo. Nenhuma contratação
é garantia, mas os dois parecem talhados para o time que será comandado por
Roger Machado. Jádson não era titular no Cruzeiro, mas possui qualidades que devem
agregar ao grupo tricolor.
Os
contratos mais longos permitem também novas chances para jogadores de
reconhecida qualidade. Tenho especial esperança na volta dos melhores momentos
de dois “camisas 20”, com ótimos serviços prestados em outras temporadas.
Fernandão, que vem para a segunda temporada consecutiva, e Régis, que
reapareceu após um hiato de pouco mais de um ano, desde que foi à Arábia
Saudita e ao Corinthians. Confio que o centroavante, depois de uma temporada de
readaptação ao futebol brasileiro, participando de uma pré-temporada completa,
dará muitas alegrias à torcida.
O
caso de Régis é uma verdadeira incógnita. Informações indicam que o meia
estaria apenas aguardando novo empréstimo. As especulações para uma nova saída
do jogador giram sempre em torno de algo fora das quatro linhas. Aparentemente,
a resistência ao retorno dele, pela direção ou parte da torcida, tem a ver com
a forma como saiu para o Al Wehda, pedindo para ser negociado depois que já
tinha dado declaração pública de que ficaria. Como
desconheço qualquer posição do clube que confirme tal motivação, concentro a
minha análise sobre o jogador dentro do campo. E com relação a esse aspecto não
teria dúvidas sobre o seu aproveitamento no elenco. Torço para que permaneçam e
que brilhem, os dois camisas 20, neste ano de 2020.
publicado originalmente no Jornal A Tarde do dia 09.01.2020
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