Quando Rafael Gladiador aproveitou a falha de um zagueiro adversário, tirou o goleiro Márcio do lance e tocou a bola para as redes, acabou o sufoco para a torcida tricolor, que foi obrigada a passar todo o Brasileiro tensa por causa de um primeiro turno ridículo. O gol foi simbólico. O autor foi um garoto que é constantemente criticado, reconhece suas deficiências, mas demonstra, para quem não tem má vontade para ver, que tem muita força de vontade e faro de gol. Rafael representa uma geração que pode dar muito mais alegrias à torcida do Esquadrão do que comemorar a permanência na Série A. Basta que haja paciência.
O gol serviu para tranquilizar a torcida, mas não foi decisivo para a manutenção na Série A. Com a derrota do Sport para o Náutico, o Tricolor conseguiu terminar a competição seis pontos à frente da zona de rebaixamento e ainda passar a Portuguesa. As críticas ao elenco tricolor foram constantes durante todo o Nacional, mas a excelente campanha no segundo turno, comandada por um grande treinador como Jorginho, mostra que o problema do clube no primeiro turno esteve muito mais ligado a treinadores do que às peças disponíveis para eles.
Afinal, com 30 pontos ganhos, o Bahia terminou com a quinta melhor campanha do segundo turno, o que valeria uma classificação para a Libertadores, já que o Corinthians ficou entre os quatro melhores. Apenas cinco pontos separaram o Esquadrão dos melhores do segundo turno. Um time ruim não consegue isso. Claro que é importante fortalecer o grupo para 2013 porque o time apesar das suas qualidades pareceu sempre estar no seu limite e não teve uma campanha ainda melhor no segundo turno por perder peças fundamentais como Hélder e Souza.
Apesar do sufoco, a temporada acabou sendo muito positiva para o Esquadrão, que conquistou o título Baiano, acabando com um enorme jejum, chegou entre os oito melhores da Copa do Brasil, e fez um excelente segundo turno do Brasileiro, realizando jogos memoráveis, como a goleada contra o Vasco, em São Januário, ou a virada contra o Santos, na Vila.
Atlético Goianiense: Márcio, Marcos (Adriano), Gustavo, Leonardo e Diego Giaretta; Dodó, Mahatma (Watthimen), Raylan; Patric (Luciano), Diogo Campos.
Bahia: Marcelo Lomba, Neto, Lucas Fonseca, Titi e Jussandro; Fahel, Diones (Kléberson), Hélder; Zé Roberto (Rafael Gladiador), Gabriel e Jones Carioca.