O torcedor tricolor certamente guarda, na memória e no coração, grandes tríades ofensivas que proporcionaram muitas alegrias, como Sérgio Alves, Robgol e Nonato, ou Douglas, Osni e Beijoca, ou ainda Bobô, Zé Carlos e Charles e tantos outros. Com menos consenso, outras trincas de obrigações mais defensivas também são lembradas por muitos torcedores. No próximo final de semana, dois componentes de um dos mais clássicos trios de volantes do Bahia farão aniversário. No sábado, dia 20, Hélder completa 36 anos, enquanto no domingo, 21, Diones comemora 35 anos. Fahel era o terceiro integrante. Entre idas e vindas do time titular, eles formaram um eficiente trio de volantes durante as temporadas 2011 e 2013.
Hélder, o primeiro a chegar ao clube, em 2010, já tinha formado um trio com Bruno Octávio e Fábio Bahia na campanha do acesso para a Série A em 2010. Após lesão de Bruno Octávio, Marcone assumiria a vaga. Fahel e Diones chegariam praticamente juntos como contratações para o Brasileiro de 2011. Durante essas temporadas, eles dividiam opiniões e lidavam com críticas. Alguns treinadores costumavam promover algumas modificações no esquema ou na escalação, mas na hora do aperto, a bola de segurança costumava ser lançar mão dos três meio-campistas juntos.
Foi o que aconteceu na decisão do Baiano de 2012, em que o Bahia encerrou um longo jejum de títulos, com um gol de Diones garantindo o empate contra o Vitória. O meia Morais havia saído do time justamente na final, para reforçar a marcação com os três. No Brasileiro do mesmo ano, Fahel e Fabinho vinham sendo utilizados no meio, enquanto Hélder atuava como lateral. A campanha era ruim até que na estreia de Jorginho, o trio foi remontado. O Tricolor venceu o Santos, de Neymar, por 3 a 1, a equipe embalou e se recuperou.
No início desse ano de 2020, o Tricolor vinha atuando com uma formação parecida, com Gregore, mais fixo, enquanto Flávio e Daniel tinham um pouco mais de liberdade. Dois maus resultados fizeram com que a tática fosse modificada. Daniel saiu do time para a entrada do atacante Rossi, aumentando a ofensividade.
Gregore e Flávio passaram a dar sustentação a um quarteto ofensivo formado por Clayson, Élber, Rossi e Gilberto. A entrada do meia-atacante Rodriguinho seria natural, mas não houve tempo para descobrir, antes da parada, quem sairia. O mais provável pelas apresentações no início do ano era que o escolhido fosse Clayson, que passaria a ser uma qualificada arma guardada no banco de reservas.
Talvez a intenção inicial de Roger Machado com os três meio-campistas fosse buscar se aproximar da formação utilizada em um dos melhores momentos da temporada passada sob o seu comando, quando também havia um trio formado por Gregore, Élton e Douglas Augusto, que deixou o clube durante o Brasileiro.
As referências dentro do clube são antigas. A primeira utilização de um trio de volantes que me vem à memória foi em parte da campanha de semifinalista do Brasileiro de 1990, quando Delacir se juntou à dupla remanescente do titulo nacional de 1988, formada por Gil e Paulo Rodrigues. O atacante Marquinhos, no entanto, voltou ao time, que terminou a competição somente com os dois campeões brasileiros.
Em 2001, na boa campanha tricolor no Brasileiro, o mestre Evaristo de Macedo escalava um quarteto de volantes de origem. Embora Preto já jogasse mais avançado, terminou ganhando a Bola de Prata como melhor volante do Brasileiro. Ramalho, Bebeto Campos e Ramos completavam o quarteto de meio de campo.
publicado originalmente no Jornal A Tarde no dia 18.06.2020
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