O Beira-Rio vai ser eternamente um local de ótimas lembranças para o Bahia, por causa de um 0 a 0 mágico, que garantiu a segunda estrela tricolor. Aquele triunfo já teria valido por todos, mas o retrospecto do Esquadrão no local nunca foi dos melhores. A única vez que tinha vencido no estádio foi justamente dois dias depois daquele mágico empate, no dia 21 de fevereiro de 1989, por 2 a 1, pela Libertadores.
E, agora, 25 anos e meio depois, novamente em uma estreia por competição continental, o Bahia desafiou o improvável para fazer história. Com escalação nova e uma postura diferente, o tricolor não se encolheu diante do Colorado. Soube estudar o adversário, conter o ímpeto inicial e ir na boa. Com uma marcação forte, mas sem destruir, apenas por destruir, como estava sendo, o Bahia tomou conta do jogo e poderia ter levado até uma vantagem maior para a segunda partida. Um pênalti claro em Henrique foi ignorado pela arbitragem, que também inventou um impedimento em chance clara de gol.
Apesar dos erros, ficou claro que não havia má vontade da arbitragem com relação ao Bahia. Se houvesse, teriam encerrado a jogada de Henrique no lance do segundo gol, marcado por Diego Macedo. A bola não saiu pela linha de fundo, mas se fosse uma arbitragem menos isenta, certamente, Dida estaria cobrando tiro de meta logo em seguida.
O jogo serviu como redenção para alguns jogadores, como Henrique, que fez sua melhor apresentação com a camisa do clube. Enfim, o atacante de destaque na seleção sub-20 resolveu dar as caras no Bahia. Diego Macedo, jogando no meio de campo, também teve boa atuação e o gol serviu para se redimir de problemas internos.
Autor do primeiro gol, Lucas Fonseca ainda não tinha balançado as redes desde que chegou ao Bahia em 2012. Suas atuações mais recentes já estão fazendo esquecer a sua má fase do início do ano e trazendo as lembranças de suas atuações seguras em 2012 e 2013. Foi importante também ver Rafinha voltar a iniciar um jogo, depois de ter ficado para escanteio. Rhayner, mais solto, também se destacou quando entrou em campo. E Emanuel Biancucchi segue crescendo jogo a jogo.
Inter 0x2 Bahia - Lucas Fonseca e Diego Macedo
Inter: 1 Dida, 28 Cláudio Winck, 25 Paulão, 14 Ernando e 16 Alan Ruschel; 21 Ygor (18 Leandro), 5 Wellington, 20 Aránguiz e 12 Alex (19 Alan Patrick); 29 Valdívia e 9 Wellington Paulista.
Bahia: 1 Marcelo Lomba, 22 Roniery, 14 Lucas Fonseca, 4 Titi e 6 Pará; 5 Rafael Miranda, 8 Léo Gago, 25 Diego Macedo (7 Fahel) e 17 Emanuel Biancucchi (11 Rhayner); 29 Rafinha (16 Guilherme Santos) e 19 Henrique.