Leandro Silva
No ano passado, no dia 21 de abril,o jornal A Tarde publicou uma matéria minha sobre os jogadores da dupla Ba-Vi que já mudaram de lado. Nada mais atual depois que o Vitória nessa semana contratou Danilo Rios e Carlos Alberto. Por isso, resolvi colocar essa matéria aqui no blog. No próximo final de semana tem Ba-Vi.
A lista da matéria já está velha. Segue a lista nova:
Hoje, o Vitória conta com os serviços de Carlos Alberto, Marcelo Silva, Danilo Rios e Moré. Já o Bahia tem apenas Pantico.
Com a ajuda do Mestre Paulo Leandro, montamos uma seleção de vira-folhas: Joel Mendes, Rodrigo, João Marcelo, Roberto Rebouças e Paulo Robson; Bebeto Campos, Léo Oliveira e Sena; Osni, Beijoca e Mário Sérgio.
Segue a matéria, na íntegra:
Ser chamado de vira-folha é uma ofensa mortal para um torcedor de futebol. Mas, no meio dos jogadores, o pensamento não é o mesmo.
E os torcedores têm que se acostumar a ver os ídolos do seu clube vestindo a camisa do maior rival. O veterano Sorato foi ídolo do Bahia no ano passado, e nesta semana chegou ao Vitória. Existe uma longa lista de jogadores que pularam de um clube para seu maior rival. Sorato é só mais um.
Ao lado de Gil Sergipano, João Marcelo esteve presente no principal momento da história dos dois clubes. O título do Bahia em 88, e o vice do Vitória em 93."Estava no lugar certo, na hora certa".
Só nos elencos atuais da dupla Ba-Vi, pode-se ver Emerson, Guilherme, Capixaba, Paulo César e Sorato no Vitória. Além de Paulo Musse, Emerson, Jairo, Preto e Fábio Saci no Bahia. Danilo, Tiago Neiva e Gessé passaram pela base do Leão. Além do técnico Arturzinho, que defendeu os dois clubes como jogador e treinador.
Antes, quando os valores eram outros, era muito mais complicado virar a casaca. Como disse o ex-atacante Beijoca. “Quando apareceu a chance de jogar no Vitória eu não vi com naturalidade.afinal não era muito comum”.
ÍDOLOS – A atual troca freqüente mexe com os torcedores, principalmente os mais jovens. Matheus Silveira, 13 anos, entrou no campo da Fonte Nova, ano passado, ao lado de Spírito. Tentou comprar a camisa 7 do Bahia que era vestida pelo atacante. Mas tudo mudou.
"Não gosto mais dele. Mudou para o outro lado".
A pesquisadora de comunicação da Unicamp Vera Toledo Camargo fala da importância do ídolo. "O futebol é um importante fenômeno social de massa. O ídolo é um dos componentes mais importantes desse processo."
O ex-lateral Rodrigo era flamenguista e fã de Zico. "Como torcedor, jamais aceitaria Zico no Vasco. Mas com a cabeça de jogador, acho uma coisa muito normal”.
A verdade é que existe uma grande mudança no pensamento coletivo. Antes, podia-se trocar de tudo, menos de time. Hoje, essa restrição já não existe. As crianças que sonham em jogar futebol não fazem mais cara feia para possibilidade de ter uma chance no maior rival do time que torce.
PONTOS DE VISTA – A pesquisadora diz que existem dois modos para analisar essa situação. O lado da paixão pelo clube, em que vestir a camisa do rival representaria uma atitude indigna. “Mostra que o jogador não tem valor para vestir o manto sagrado que é o símbolo do clube". A outra visão seria comercial.
"É a lei do mercado que comanda. O jogador busca o clube que paga melhor". Os jogadores se reconhecem como profissionais mas os torcedores esperam que eles encarem o futebol como muito mais que uma profissão.
TROCA NEM SEMPRE É TRANQUILA– O meio-campista paranaense Preto Casagrande jogou no Vitória e no Bahia, mas conseguiu conquistar rubro-negros e tricolores O meio-campista Preto é um ícone desse troca-troca entre rivais. Chegou ao Vitória em 1995 e conquistou a torcida. Seu jeito polêmico e as confusões que arrumava em Ba-Vis irritavam os torcedores do Bahia.
Virou ídolo e arrumou as malas para Portugal. Depois apareceu a proposta para jogar no Bahia. "Eu estava desesperado, lá. Querendo voltar. E não tive dúvida". Ele chegou ao Bahia em 2001.
“Sabia que a aceitação da torcida iria ser difícil, mas os títulos e a minha produtividade e entrega me tornaram ídolo". Depois disso o meia já voltou a defender o Vitória, e está novamente no Bahia. "Graças a Deus sempre deixei as portas abertas nos dois clubes" Quem também tem boas lembranças dos dois times é o ex-zagueiro João Marcelo. Revelado pelo Bahia, o jogador fala que não teve como recusar a proposta do Vitória. "Eu estava recuperando o joelho no Grêmio, e não tive receio.
Sabia que a torcida do Bahia iria continuar a gostar de mim pelo título, e os rubro-negros me queriam no time". O ex-zagueiro diz que em Salvador é mais fácil mudar de time.
”Lá em Porto-Alegre a pressão é muito pior. Jogador que vai mal em Grenal, e que já jogou no rival, passa aperto“. Mas nem sempre essas trocas são tranqüilas. O atacante Osni teve uma chegada conturbada no Bahia. Os rubro-negros o acusavam de traição. “O Bahia acertou tudo com o Flamengo e depois comigo. O Vitória só foi fazer proposta depois que eu já tinha dado minha palavra”.
O atacante Uéslei teve receio da recepção da torcida do Vitória, depois de ser ídolo do Bahia. “Muitos ídolos de um clube acabam fracassando no rival. Por isso, duvidaram de mim”. O Pitbull se destacou no Vitória e voltou ao Bahia onde continuou ídolo.
No ano passado, no dia 21 de abril,o jornal A Tarde publicou uma matéria minha sobre os jogadores da dupla Ba-Vi que já mudaram de lado. Nada mais atual depois que o Vitória nessa semana contratou Danilo Rios e Carlos Alberto. Por isso, resolvi colocar essa matéria aqui no blog. No próximo final de semana tem Ba-Vi.
A lista da matéria já está velha. Segue a lista nova:
Hoje, o Vitória conta com os serviços de Carlos Alberto, Marcelo Silva, Danilo Rios e Moré. Já o Bahia tem apenas Pantico.
Com a ajuda do Mestre Paulo Leandro, montamos uma seleção de vira-folhas: Joel Mendes, Rodrigo, João Marcelo, Roberto Rebouças e Paulo Robson; Bebeto Campos, Léo Oliveira e Sena; Osni, Beijoca e Mário Sérgio.
Segue a matéria, na íntegra:
Ser chamado de vira-folha é uma ofensa mortal para um torcedor de futebol. Mas, no meio dos jogadores, o pensamento não é o mesmo.
E os torcedores têm que se acostumar a ver os ídolos do seu clube vestindo a camisa do maior rival. O veterano Sorato foi ídolo do Bahia no ano passado, e nesta semana chegou ao Vitória. Existe uma longa lista de jogadores que pularam de um clube para seu maior rival. Sorato é só mais um.
Ao lado de Gil Sergipano, João Marcelo esteve presente no principal momento da história dos dois clubes. O título do Bahia em 88, e o vice do Vitória em 93."Estava no lugar certo, na hora certa".
Só nos elencos atuais da dupla Ba-Vi, pode-se ver Emerson, Guilherme, Capixaba, Paulo César e Sorato no Vitória. Além de Paulo Musse, Emerson, Jairo, Preto e Fábio Saci no Bahia. Danilo, Tiago Neiva e Gessé passaram pela base do Leão. Além do técnico Arturzinho, que defendeu os dois clubes como jogador e treinador.
Antes, quando os valores eram outros, era muito mais complicado virar a casaca. Como disse o ex-atacante Beijoca. “Quando apareceu a chance de jogar no Vitória eu não vi com naturalidade.afinal não era muito comum”.
ÍDOLOS – A atual troca freqüente mexe com os torcedores, principalmente os mais jovens. Matheus Silveira, 13 anos, entrou no campo da Fonte Nova, ano passado, ao lado de Spírito. Tentou comprar a camisa 7 do Bahia que era vestida pelo atacante. Mas tudo mudou.
"Não gosto mais dele. Mudou para o outro lado".
A pesquisadora de comunicação da Unicamp Vera Toledo Camargo fala da importância do ídolo. "O futebol é um importante fenômeno social de massa. O ídolo é um dos componentes mais importantes desse processo."
O ex-lateral Rodrigo era flamenguista e fã de Zico. "Como torcedor, jamais aceitaria Zico no Vasco. Mas com a cabeça de jogador, acho uma coisa muito normal”.
A verdade é que existe uma grande mudança no pensamento coletivo. Antes, podia-se trocar de tudo, menos de time. Hoje, essa restrição já não existe. As crianças que sonham em jogar futebol não fazem mais cara feia para possibilidade de ter uma chance no maior rival do time que torce.
PONTOS DE VISTA – A pesquisadora diz que existem dois modos para analisar essa situação. O lado da paixão pelo clube, em que vestir a camisa do rival representaria uma atitude indigna. “Mostra que o jogador não tem valor para vestir o manto sagrado que é o símbolo do clube". A outra visão seria comercial.
"É a lei do mercado que comanda. O jogador busca o clube que paga melhor". Os jogadores se reconhecem como profissionais mas os torcedores esperam que eles encarem o futebol como muito mais que uma profissão.
TROCA NEM SEMPRE É TRANQUILA– O meio-campista paranaense Preto Casagrande jogou no Vitória e no Bahia, mas conseguiu conquistar rubro-negros e tricolores O meio-campista Preto é um ícone desse troca-troca entre rivais. Chegou ao Vitória em 1995 e conquistou a torcida. Seu jeito polêmico e as confusões que arrumava em Ba-Vis irritavam os torcedores do Bahia.
Virou ídolo e arrumou as malas para Portugal. Depois apareceu a proposta para jogar no Bahia. "Eu estava desesperado, lá. Querendo voltar. E não tive dúvida". Ele chegou ao Bahia em 2001.
“Sabia que a aceitação da torcida iria ser difícil, mas os títulos e a minha produtividade e entrega me tornaram ídolo". Depois disso o meia já voltou a defender o Vitória, e está novamente no Bahia. "Graças a Deus sempre deixei as portas abertas nos dois clubes" Quem também tem boas lembranças dos dois times é o ex-zagueiro João Marcelo. Revelado pelo Bahia, o jogador fala que não teve como recusar a proposta do Vitória. "Eu estava recuperando o joelho no Grêmio, e não tive receio.
Sabia que a torcida do Bahia iria continuar a gostar de mim pelo título, e os rubro-negros me queriam no time". O ex-zagueiro diz que em Salvador é mais fácil mudar de time.
”Lá em Porto-Alegre a pressão é muito pior. Jogador que vai mal em Grenal, e que já jogou no rival, passa aperto“. Mas nem sempre essas trocas são tranqüilas. O atacante Osni teve uma chegada conturbada no Bahia. Os rubro-negros o acusavam de traição. “O Bahia acertou tudo com o Flamengo e depois comigo. O Vitória só foi fazer proposta depois que eu já tinha dado minha palavra”.
O atacante Uéslei teve receio da recepção da torcida do Vitória, depois de ser ídolo do Bahia. “Muitos ídolos de um clube acabam fracassando no rival. Por isso, duvidaram de mim”. O Pitbull se destacou no Vitória e voltou ao Bahia onde continuou ídolo.
Matéria publicada no Jornal A Tarde do dia 21 de abril de 2007