Quem viu a torcida do Bahia gritando: é campeão, é campeão, ao final do jogo, deve ter imaginado que o tricolor tinha conquistado o 44º título estadual da sua história. Mas, se não levou o troféu por causa do número de gols marcados, terminou como melhor time da competição desde o início e ainda saiu de campo honrando as tradições do clube, de não se entregar jamais.
O Bahia mostrou respeitar os ideais esportivos e não deixou que a rivalidade criasse uma página negra em sua história, ao golear o Vitória da Conquista, time da segunda melhor campanha no geral, por 5 a 0, dando o título para o rival rubro-negro.
O torcedor que ama o Bahia deixou a rivalidade de lado e saiu do Armando Oliveira com orgulho por ontem, mas frustrado por perder um dos títulos mais ganhos da história depois da goleada (4 a 1) no Barradão.
Até aqueles que gritaram: “abre, abre; ou: entrega, entrega”; mudaram de idéia a partir do terceiro gol de Pantico. Os jogadores mostraram-se guerreiros a todo momento e acreditaram até o final na reviravolta. Por isso, mereceram os aplausos e os cantos apaixonados do torcedor.
Justiça no futebol é vencer e o título do Vitória é legítimo, mas alguns erros de arbitragem ficam na lembrança, como o gol de Rogério, mal anulado no Ba-Vi de Feira de Santana, ou o pênalti em Ávine não marcado ontem. Além da anulação equivocada de um gol do Itabuna contra o Vitória.
Qualquer lance desses mudaria a história do campeonato.
O JOGO– Em campo, com o perdão do clichê, o jogo foi um verdadeiro teste para cardíaco. Foi a melhor atuação do time tricolor no ano, comparável aos 4 a 1 no Ba-Vi, do Barradão.
O placar de 1 a 0 a favor do Bahia ao final do primeiro tempo não dizia o que foi a partida. O tricolor perdeu a chance de fazer mais gols na primeira etapa.
Duas coisas inusitadas aconteceram. O Bahia ainda não tinha marcado cinco gols em uma mesma partida no ano e o baixinho Pantico confessou à reportagem do ATEC que jamais tinha feito tantos gols em uma partida. Um deles, que abriu espaço para a goleada, aconteceu da maneira mais improvável, de cabeça. Cristiano e Charles completaram a goleada pela honra.
Matéria publicada originalmente no Jornal A Tarde do dia 5/05/2008
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