A emoção foi incrível. Quando o zagueiro Luiz Eduardo do São Paulo tentou cortar cruzamento para a área feito por Nikão e acabou jogando contra a própria meta, a torcida explodiu de vez em Pituaço. O que parecia impossível pouco tempo antes estava materializado. Uma das maiores viradas que já vi. Tomando 3 a 1 até os 24 minutos do segundo tempo, o Esquadrão acabava de chegar, aos 37 do segundo tempo, aos 4 a 3, que seria sustentado até o final.
Toda vez que o Bahia enfrenta o São Paulo, como fará hoje à noite, no Morumbi, alguns confrontos me vêm à mente e esse é um dos principais. Meu otimismo com relação ao Tricolor costuma buscar no meu HD as lembranças desse jogo também em diversas outras partidas, para me convencer que a virada é possível.
Joel Santana, no comando do Bahia na ocasião, contava com jogadores como Souza Caveirão, Gabriel, Titi, Paulo Miranda, Dodô, Nikão, Lulinha, Lomba, enquanto o São Paulo tinha Lucas Moura, Luis Fabiano, Cícero, Marlos, Dagoberto, entre outros. O placar do primeiro tempo, com 1 a 0 para o São Paulo, não dava indícios do que viria pela frente. A situação começou a mudar quando, no primeiro minuto do segundo tempo, Souza recebeu pela esquerda, cortou para dentro e deixou tudo igual.
Nem deu para comemorar direito e o São Paulo voltou à frente do placar, com um gol de Lucas no segundo minuto. Aos 14 minutos, Cícero ainda fez o terceiro dos paulistas. Foi somente 10 minutos depois, que Lulinha voltou a dar esperanças de um melhor resultado, aproveitando cruzamento rasteiro de Nikão. Ainda no embalo, aos 28 minutos, Fahel, de cabeça, aproveitando cruzamento de Souza, fez o gol do empate, nove minutos antes do gol contra que daria números finais ao confronto.
Se aquele confronto de 2011 foi 100% emoção, a expectativa da torcida para hoje é que o Esquadrão consiga manter os 100% de aproveitamento, alcançando o terceiro triunfo no Brasileiro, mesmo sabendo que a manutenção da invencibilidade já poderia ser considerada positiva. A tendência é que a emoção também marque presença no jogo de hoje, levando em consideração os dois primeiros jogos em que ela fez hora extra, no esforço para segurar ou para buscar o resultado até o final.
Como foi com Ernando, que garantiu o triunfo contra o Red Bull Bragantino com um gol de cabeça e chega com moral para o duelo desta noite, justamente contra o adversário contra quem havia vivido o melhor momento no Bahia, nas oitavas de final da Copa do Brasil de 2019, quando deu uma arrancada espetacular para acompanhar o ritmo de Artur, receber o passe e dar um toque de classe, tirando do goleiro e garantindo a vaga nas quartas de final, após dois triunfos, por 1 a 0.
Foram mais dois confrontos contra o São Paulo inesquecíveis para mim, como de costume. Se aquele havia sido o melhor momento do camisa 14 com a camisa tricolor até o momento, na minha opinião, também foi um dos melhores do Bahia sob o comando de Roger. O reencontro, ou mais um encontro, já que as equipes já empataram sem gols no segundo turno do ano passado, acontece nesse momento em que os dois personagens seguem buscando constância nesse processo de redenção.
O zagueiro vem tendo a primeira sequência como titular desde o meio do ano passado, quando precisou fazer uma cirurgia motivada por uma hérnia de disco, e vem mostrando plena recuperação. Já o treinador convive com críticas pesadas e deve saber que, se os resultados continuarem positivos como nas duas primeiras rodadas, a tendência é que elas comecem a cair no esquecimento.
publicado originalmente no Jornal A Tarde no dia 20.08.2020
Nenhum comentário:
Postar um comentário