Inspirado por uma postagem do meu
amigo Danilo Brito, grande publicitário e flamenguista, resolvi escrever sobre
um personagem fundamental nas recentes conquistas do Flamengo de 2019,
evidenciadas na foto que ganhou grande destaque: Carioca, Brasileiro e Libertadores.
O meio-campista Diego Ribas. A postagem de Danilo foi um dos melhores e mais
verdadeiros textos relacionados a futebol que tive a sorte de ler em muito
tempo. Meu primeiro pensamento foi de que não teria nada a acrescentar, mas
ouso reformular minha ideia inicial para ´não tenho nada a retirar´.
Reproduzo o texto da postagem
inicial: “Tenho muito respeito por esse
cara. No atual elenco do Flamengo ele é meu ídolo. Roeu o osso. Aguentou muita
crítica quando o time ainda era desestruturado e ele que levava toda porrada.
Recusou proposta milionária pra jogar nos EUA, e seguiu no Mengão. Agora, nada
mais do que justo esses três troféus. Já tem o nome marcado na história do
Flamengo. Valeu perseverar. DEUS É BOM TODA HORA, @diegoribas10”.
As imagens da chegada de Diego ao
Flamengo, no dia 20 de julho de 2016, impressionaram. Multidão, euforia, carros
sendo pisoteados e, acima de tudo, esperança. De lá para cá, chegou a ter
conflitos com os torcedores, que pareciam descontar no antigo camisa 35, e
atual camisa 10, as frustrações pela ausência de conquistas consideradas
significativas no período, e em muito mais tempo.
A postura exemplar de Diego
durante três anos e meio, defendendo, comissões técnicas, colegas de time, e o
próprio clube, parecia irritar ainda mais os críticos, que talvez não fossem
capazes de tamanha lealdade a um projeto, como Diego demonstrou ser durante
todo esse período. A crueldade chegou ao ponto de que muitos, inclusive
profissionais da imprensa, creditassem a melhora do Flamengo com Jorge Jesus à grave
lesão sofrida pelo ex-santista - fratura de tornozelo, com lesão ligamentar -, que
forçou a saída da equipe.
Com mercado e com a carreira
pregressa que tinha, Diego poderia ter partido em diversos momentos durante
esses três anos e meio, mas resolveu ficar e perseverar. Enfrentava as
críticas, não com o embate, mas com resiliência.
Durante o período de recuperação,
no mês de setembro, chegou a assistir a um jogo do Flamengo no Maracanã, contra
o São Paulo, fantasiado de urubu, no meio da arquibancada, demonstrando genuína
felicidade e muita empolgação, com a situação e com o time, mesmo estando
impossibilitado de ajudar em campo.
E o time realmente empolgava e
enfileirava triunfos. A cada partida surgia um “melhor jogador disparado da
equipe do Flamengo”. Bruno Henrique, Gabigol, Gérson e Arrascaeta, revezavam
nesse posto. Éverton Ribeiro, talvez o que tenha a trajetória que mais se
assemelhe à de Diego, e o único desses que não chegou em 2019, também era
citado, com menor frequência. Os novos laterais 'europeus´, Filipe Luís e Rafinha, eram apontados como fundamentais acréscimos de qualidade. E é interessante ver um flamenguista como meu
amigo Danilo Brito dizer que Diego é o maior ídolo dele no atual elenco.
Meu pensamento era exatamente de
que Diego era a figura mais respeitada e simbólica desse time, mesmo que
estivesse momentaneamente impossibilitado de ajudar em campo. E foi emblemático
que ele fosse decisivo, como foi, no momento mais importante da história recente
do clube. Em Lima, contra o River Plate, na final da Libertadores, Diego mudou
o jogo e foi determinante para a virada conquistada pelo time carioca, no final
da partida, que garantiu o tão sonhado troféu.
Não só pelo lançamento para o
segundo gol de Gabigol, mas pela experiência e por fazer a bola rolar com mais
qualidade naquele momento em que o River já demonstrava esgotamento. Ouso dizer
que o time argentino teria comemorado o segundo título continental consecutivo
caso o camisa 10 não tivesse entrado em campo.
Um dos maiores méritos de Jorge
Jesus no Flamengo foi conseguir fazer com que Gérson, Éverton Ribeiro,
Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol, talvez os maiores expoentes técnicos
disponíveis no momento, conseguissem jogar – e muito bem – juntos. Se todos
eles vão continuar em 2020, junto com o treinador português, e se Diego vai
conseguir um lugar no onze inicial, não se sabe. O certo é que Diego já marcou
seu nome na rica história do Flamengo. Merecidamente.
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