terça-feira, 6 de julho de 2010

Vale a pena abrir mão da experiência?

O próximo técnico da Seleção Brasileira terá uma certeza. Será obrigado a renovar os jogadores convocados. Será, na realidade, uma obrigação dupla, pela idade avançada dos atletas, que disputaram esta Copa e também por ordem expressa do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, como ele deixou claro em entrevista para o programa Bem Amigos, do Sportv.

A justificativa é preparar a equipe para a Copa de 2014, sem se preocupar com resultados imediatos. Facilita esse trabalho o fato de o Brasil não disputar as eliminatórias para o próximo mundial por ser o anfitrião. O perigo desse "projeto" é eleger a avançada média de idade do grupo convocado por Dunga como o principal motivo para a derrota. Não foi. No último Mundial, a alegria e a festa exageradas dos jogadores foi colocada no paredão. Resultado: vimos uma equipe com dificuldades para sorrir e fazer sorrir.

O ideal de time de guerreiros foi deturpado. O Fluminense do final do Brasileiro passado, por exemplo, foi um ótimo retrato do que é um grupo bem-vindo de guerreiros. Jogadores que não desistiram de buscar a salvação mesmo parecendo improvável, que lutaram até o fim, mas jogaram muita bola. O tricolor não se salvou do rebaixamento porque seus jogadores colocaram dedo na cara de ninguém. O clube continua na Série A porque tinha grandes atletas e funcionou como um time, jogando muita bola.

O problema é que se a idade for considerada vilã neste Mundial, muitos grandes jogadores, que possam estar em condições para disputar a próxima Copa não terão chance. Afinal, a ordem é: tirem os velhos da Seleção. Vale lembrar que na África do Sul, o veterano lateral Roberto Carlos, por exemplo, poderia ter sido muito útil.

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