O
próximo domingo, dia 3 de maio, marca os 60 anos da primeira partida disputada
na Fonte Nova pela Libertadores da América e também do primeiro triunfo
tricolor na competição. O Bahia estava disputando o torneio pela primeira vez,
em 1960, sendo o primeiro representante brasileiro na história. Apesar de
vencer, o sonho do título continental ficou pelo caminho na primeira fase,
contra o San Lorenzo.
Naquela
competição, começava mal a relação do argentino José Sanfilippo com a torcida
do Bahia. No primeiro jogo, Sanfilippo fez um dos três gols argentinos. E o
Tricolor, atual campeão brasileiro, tentou recuperar-se em casa no jogo de
volta. Para essa estreia como mandante na Libertadores, o Tricolor foi escalado
com: Nadinho, Nenzinho, Henrique, Leone e Beto; Flávio, Mário, Marito, Biriba,
Carlito e Léo Briglia. Os três gols sofridos longe de casa foram devolvidos em
Salvador, por Carlito (maior artilheiro da história do Esquadrão), Flávio e
Marito. O problema é que Sanfilippo marcou duas vezes para o San Lorenzo,
totalizando três gols no confronto.
O
processo de redenção demorou para ser iniciado. Oito anos depois, Sanfilippo
vestiria a camisa tricolor. E se tornaria um dos maiores nomes da história do
Esquadrão. Chegou ao clube precedido de muita expectativa, pois, além de ter
brilhado no confronto direto de anos antes, tinha o status de jogador de Copas
do Mundo (1958 e 1962).
Apesar
disso, também foi cercado de desconfiança por questão de idade, mas Sanfilippo,
que é um dos maiores nomes do futebol argentino na história, deu razão àqueles
que se empolgaram com a sua contratação e passou a encantar a torcida tricolor
com muitos gols e lances de craque, entre 1968 e 1971, conquistando os
campeonatos Baianos de 1970 e 1971.
A
segunda participação tricolor na Libertadores não foi boa e o clube nem chegou
a jogar na Fonte Nova. A fase preliminar da competição em 1964 previa apenas um
jogo contra o Deportivo Itália, da Venezuela, em Caracas, mas um empate em 0 a
0, forçou uma segunda partida no mesmo local. Dessa vez, os venezuelanos
levaram a melhor e venceram por 2 a 1, eliminando o Bahia.
Até
que em 1989, o Tricolor fez a melhor campanha no torneio e chegou a dar
esperanças de que o título continental poderia ser conquistado. O Tricolor foi
tão bem que terminou a competição oficialmente na quinta colocação, mas apenas
o campeão, Atlético Nacional de Medellín, da Colômbia, com quatro jogos a mais,
conseguiu terminar com mais pontos que o Esquadrão, com 17 contra 14.
O
Bahia passou de fase, como líder do Grupo 2, vencendo os quatro jogos
disputados no Brasil, contra Inter, Marítimo e Unión Táchira, e empatando os
dois confrontos contra os adversários venezuelanos fora do País. Com a vaga, o
Tricolor se credenciou a enfrentar o Universitário, do Peru, nas oitavas-de-final.
Depois de um empate, em 1 a 1, em Lima, a vaga nas quartas-de-final veio com um
triunfo por 2 a 1.
O
adversário do Tricolor seria o Internacional. Se na decisão do Brasileiro,
disputada em fevereiro daquele mesmo ano, os gaúchos foram apontados como
favoritos, a situação parecia invertida. Afinal, o Colorado passou em terceiro
lugar no grupo em que o Bahia foi líder. Além disso, em quatro confrontos
recentes, o Esquadrão havia vencido três e empatado apenas quando podia
empatar, na final. Mas o Inter venceu o primeiro jogo, por 1 a 0. E a forte
chuva que prejudicou o estado do gramado, impediu que a vantagem fosse
revertida na Fonte Nova, encerrando, de maneira triste, a excelente campanha,
com um empate sem gols.
publicado originalmente no Jornal A Tarde do dia 30.04.2020
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